10 fatos sobre segurança rodoviária

Duarte Paulo

11 de Agosto de 2015

Mais de 1.240.000 pessoas morrem todos os anos em acidente de viação, esta informação é o somatório dos dados sobre a segurança rodoviária de 182 países, representando quase 99% do total da população mundial, destes mortos 59% tinham entre os 15 e os 44 anos.

Por incríveis que pareçam estes dados, são apenas 28 países que têm leis abrangentes de segurança rodoviária, esses países somam somente 7% da população mundial, população essa “protegida” por leis que abrangem os cinco dos principais fatores de risco: álcool e condução, excesso de velocidade, uso de capacetes para motociclistas, uso de cintos de segurança e de sistemas de retenção.

Os países com menos recursos e de rendimentos mais baixos são os mais atingidos, 91% das fatalidades ocorrem nestes países, apesar de só possuírem cerca de 50% dos veículos. E a nível de género é o sexo masculino o mais atingido, com cerca de 77% dos mortos.

O número de feridos é algo também impressionante, pois atinge os 50.000.000 de pessoas entre feridos ligeiros e graves. Em termos de custos económicos para os países, os valores podem atingir 4% do seu PIB, a nível mundial, e segundo cálculos do ano 2000, o valor apurado era de 518.000.000.000 de dólares.

Metade das vítimas dos acidentes rodoviários são os utilizadores mais vulneráveis das estradas, os peões, ciclistas e motociclistas. Segundo estudos para a Organização Mundial de Saúde (OMS), se não existisse prevenção, consciencialização e ações de divulgação o número de mortos nas estradas seria de quase 2 milhões por ano.

Prevenção rodoviária

Entre outros fatos sobre segurança rodoviária, apurou-se que, o uso correto dos cintos de segurança reduz o risco de morte em caso de acidente em 61%, pelo que a falta de legislação que coaja ao seu uso é altamente prejudicial à sociedade, pois todos sofrem com os recursos que tem que ser imputados ao sistema de saúde, à manutenção das estradas e com a redução do rendimento dos familiares das vítimas e toda a dor que a morte provoca.

O uso obrigatório de meios de retenção para crianças reduz as fatalidades em 54%, no caso dos bebés o valor atinge os 70%. O uso de capacetes reduz o risco de morte em 40% e o risco de lesão grave na cabeça em 70%, os próprios capacetes têm que cumprir determinados critérios de qualidade para efetivamente protegerem bem a cabeça.

A aplicação de limites ao consumo de álcool na condução, segundo os estudos da OMS, consegue uma redução direta de 20% nos acidentes, pois o álcool é, de facto, um depressor que prejudica as capacidades psicofisiológicas mesmo se ingerido em pequenas doses.

Soluções baratas e eficazes

A OMS chegou à conclusão que a redução do limite de velocidade em 1 km/h reduz em 2% a sinistralidade, assim, em zonas de circulação com a velocidade limitada a 30 km/h o risco de acidente reduz-se de forma significativa, e os ganhos não são só em termos de sinistralidade, esse benefício é também significativo em termos ambientais, pois as emissões de gases também diminuem.

Algumas obras de valor reduzido também ajudam a reduzir a sinistralidade, o caso mais flagrante é a colocação de lombas antes de passadeiras, apesar da resistência de alguns utilizadores a esta solução, tem provado a usa validade na redução da sinistralidade rodoviária.

Outra solução simples, aplicada em alguns países, é a criação de obstáculos físicos na faixa de rodagem, por exemplo canteiros ou autorização de estacionamento de forma alternada de um lado e do outro da via, obrigando a constantes desvios e circulação alternada nos pontos de estrangulamento da faixa de rodagem, forçando assim a redução da velocidade.

Foto | SanDiego DUIAttorney