A alergia e a sua influência na segurança rodoviária

António Ferreira

25 de Maio de 2013

A alergia é uma hipersensibilidade a uma determinada substância que, se for inalada, ingerida ou tocada pode produzir sintomas característicos. Na primavera, o número de pólenes no ar e de pessoas com sintomas alérgicos aumenta de um modo bastante considerável. A comichão nos olhos, a congestão nasal, o lacrimejar, o incómodo da luz, os espirros constantes são os sintomas mais frequentes de alergias.

Estes sintomas são elementos fundamentais para prejudicar uma pessoa no ato da condução. Portanto, é importante recorrer a um médico para que se faça um tratamento adequado da mesma forma que se deve conhecer as incompatibilidades que podem existir caso se decida utilizar o carro.

Embora os sintomas e as reações alérgicas variem de acordo com a pessoa, existem diversos tratamentos, conselhos e medidas que se devem ter em conta para evitar qualquer tipo de risco ao volante. Assim, vamos falar sobre a influência das alergias na condução rodoviária, dando alguns conselhos para que exista uma condução segura.

Alergia e condução

É estimado que a temporada das alergias durante este ano seja a mais larga e intensa dos últimos anos, de acordo com um estudo do grupo Gallup-Healthways, consultora de saúde dos EUA.

As alergias podem variar em função da zona em que a pessoa vive, o tipo de pólen a que se está sensibilizados e a altura em que as plantas produzem o pólen. Os sintomas são muito parecidos aos de uma constipação. A diferença encontra-se no facto de que os sintomas alérgicos estão sempre a repetir nas mesmas alturas do ano, não provocam febre e provocam coceira nos olhos. Curiosamente, essa coceira melhora ou desaparece quando chove, mas volta a aparecer quando deixa de chover.

Se uma pessoa conduzir com sintomas de alergias, é necessário saber que a capacidade de condução do condutor pode ser influenciada e, portanto, pode haver um aumento da possibilidade de sofrer um incidente ou acidente rodoviário. É importante conhecer bem os sintomas da doença, assim com a medicação que a pessoa está a tomar.

Temos de pensar que, quando se tem um acidente pode ser devido a cansaço ou fadiga visual, dor de cabeça, por uma reação inesperada que nos faz reduzir a atenção enquanto conduzimos. Estes são ossintomas que produzem alergias e que também nos podem afetar se tomarmos determinados medicamentos.

Com a ajuda do Dr. Josep Serra, sabemos que algumas patologias e medicamentos podem ser incompatíveis com uma condução segura. No caso das alergias, os ataques de tosse ou espirros acompanhados pelo lacrimejar podem provocar perdas temporárias de consciência. Razão suficiente para evitar conduzir num episódio ou tratamento alérgico.

Algumas dicas para alergias

Utilizar óculos de sol para evitar os raios prejudiciais do sol e brilho. No entanto, é aconselhável evitar o pôr do sol e o nascer do sol pois são as horas do dia em que existe uma maior concentração depólens.

Viajar com as janelas do carro fechadas para impedir a entrada de poeira e substâncias nocivas. É conveniente, de vez em quando, fazer uma limpeza geral do interior do carro para eliminar os ácaros nos bancos e tapetes.

Evitar o transporte de animais de estimação, se não estiverem separados do espaço do condutor, especialmente cães e gatos, uma vez que aumenta a possibilidade de que nos produzam algum tipo de alergia por se encontrarem num espaço fechado e reduzido.

Verificar e substituir o filtro de ar de modo a ter ar limpo no interior do carro, uma vez que estes filtros sã bastante eficazes na proteção contra o pólen, a poeira e microrganismos tais como bactérias, fungos, entre outros.

Evitar beber e fumar enquanto se conduz, primeiro por ser uma causa de distração ao volante devido à perda de concentração e também pelo efeito que pode vir a ter, uma consequente produção de um agravamento do estado alérgico.

Prevenir e cuidar da medicação na época primaveril se formos conduzir. Em caso se sofrer crises asmáticas, falta de ar ou respiração ofegante, o melhor é: parar fora da estrada ou na berma e utilizar a bomba asmática. Também é importante ter em conta, antes de conduzir, que existem medicamentos que dão um efeito sedativo ou relaxante, chegando ao ponto de causar sono.

Por último, há que ter em conta os efeitos secundários de alguns medicamentos, como por exemplo analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e anti-histamínicos que podem vir a afetar seriamente o comportamento de uma pessoa no acto de condução. Daí a importância de dar a conhecer ao médico que nos acompanha o nosso estado de saúde, consultar todas as contraindicações e ler bem as descrições dos medicamentos antes de utilizar o carro para que não seja posta em risco a nossa vida nem a vida dos outros utentes rodoviários.

Aconselhamento | Dr. Josep Serra
Fotografia | James’ World