A média de idade do parque automóvel nacional é superior a doze anos (12,8), um número bastante avançado para os nossos veículos e que nos situa como um dos países mais ao fundo da lista por comparação com o resto da Europa. Mas o que mais compromete este dado é a sua importante influência no que diz respeito à segurança rodoviária. Esta circunstância não só nos afeta em questões ambientais, com a emissão de gases contaminantes, ou o excessivo consumo de combustível, mas também o desgaste dos veículos com o tempo e consequente diminuição da segurança: um carro antigo é menos seguro e pode causar lesões de maior gravidade.
O parque automóvel continua a envelhecer
Desde o início da crise económica, em 2007, os acidentes com vítimas aumentaram, curiosamente e em grande medida, em veículos com idade superior a 15 anos de idade. Um dado que poderia ser isolado, se, por outro lado, não tivéssemos em conta que os veículos com menos de quatro anos podem oferecer mais segurança, vendo os seus índices de sinistralidade reduzidos para quase metade.
Parece, portanto, muito necessária a implementação de medidas a nível estatal para estabelecer a obrigatoriedade de incorporar equipamento de segurança de série em todos os veículos. Alguns indispensáveis como o ABS, o ESP ou o sistema de chamada de emergência eCall.
Ainda que um veículo novo não possa garantir a segurança total e absoluta, é sempre mais conveniente, dado que o seu desenho nesse âmbito tem vindo a evoluir positivamente. As provas de impacto demonstram que as probabilidades de sobreviver aumentam num veículo mais moderno.
Mais idade, mais gravidade
Este é o dado que mais nos chama à atenção. Sem dúvida, a antiguidade do veículo não tem qualquer relação com a frequência dos acidentes mas, por outro lado, há relação com a gravidade das lesões produzidas. O envelhecimento do carro afeta a segurança rodoviária e o risco de falecer num carro com mais de 15 anos é quase o dobro de um carro recente, segundo as estatísticas. Ainda que não existam dados recentes, até 2016 o parque automóvel tem vindo a envelhecer continuamente e, com isso, tem também aumentado a proporção de mortos em carros velhos, enquanto que os veículos recentes veem as percentagens melhorarem.
Um carro novo poderia reduzir a distância de travagem em comparação com um antigo em mau estado em até seis metros a 70km/h, ou seja, reduzir-se-ia a distância para praticamente metade. Além disso, convém destacar que os proprietários de carros antigos costumam ser jovens na casa dos 18 aos 25 anos, que têm as primeiras experiências ao volante, ou então pessoas mais velhas, que mantêm o veículo por comodidade e até receio de mudar. Estes dois grupos sociais inserem-se no conjunto de condutores vulneráveis, por um lado, pela experiência e, por outro, pela diminuição das capacidades de condução como consequência da idade.
60% dos acidentes com vítimas em carros antigos acontece na estrada, normalmente produzidos como consequência de uma distração ao volante em viagens de lazer. As colisões em andamento e as saídas da via são muito habituai, como resultado de erro humano, mas também mais frequentes à medida que aumenta a idade do veículo. Os veículos mais recentes têm isto muito em conta e protegem principalmente as zonas mais suscetíveis de lesão, que são o pescoço e a cabeça.
Boa manutenção e equipamento de série são aliados
Com tudo isto, que papel temos nós enquanto condutores? É claro que substituir o carro por outro mais seguro é um esforço económico importante que nem toda a gente pode fazer, ainda que, como dizemos, éo mais recomendável, caso tenha como prioridade a sua própria segurança. De qualquer das formas, ter uma correta manutenção, independentemente da idade, será um fator-chave.
Cada vez mais os carros incorporam novos sistemas que aumentam a sua segurança, mas isto não supõe diretamente que sejam mais seguros, pois o papel do condutor responsável e consciente ao volante continua a ser essencial. Para que o veículo não seja ele próprio um problema, é imprescindível que disponhamos de uma boa revisão de forma habitual. Ter consciência da sua importância pode ser determinante num acidente para conservar ou perder uma vida. Devemos rever periodicamente o estado dos travões (pastilhas, consistência do líquido, etc.), sem descuidar elementos tão importantes como os amortecedores e os pneus.
Em qualquer caso, é conveniente valorizar as vantagens dos veículos novos que, além de serem mais ecológicos, poupando combustível e contaminando menos, também se tornam mais seguros, graças aos avanços tecnológicos que incorporam. Prevenção, manutenção e condução segura para alcançar o objetivo zero vítimas na estrada.