Ao longo da nossa vida já nos deparamos com várias máquinas de venda automática. São também conhecidas pelo termo anglo-saxónico de “vending”. As mais utilizadas dispensam águas, sumos, sandes, cafés ou cigarros.
Mas já se imaginou em frente a uma máquina destas, em formato gigante, onde o produto disponibilizado são automóveis? Em breve poderá fazê-lol. As empresas Aliexpress e a Ford têm neste momento uma dessas máquinas em funcionamento. Descubra mais aqui.
A primeira máquina de venda automática de carros do mundo abriu na cidade de Guangzhou, na China, no dia 26 de março. A máquina tem o formato (e tamanho) de um prédio, chama-se “Super Test Drive Center”. Estão previstas mais duas nas máquinas, uma na capital, Pequim e outra em Hangzhou.
Os testes iniciais terminaram no dia 23 de abril. Neste período, segundo divulgou o site Gasgoo, de Xangai, foram oferecidos aos consumidores 10 modelos diferentes da Ford. Uma panóplia diversificada que permitiu escolher entre diversos segmentos.
Como funciona a venda automática
Quem estiver interessado em comprar um carro, ou fazer um test-drive, basta utilizar uma aplicação para ter acesso aos mesmos. Através da app “Tmall AliExpress”, é possível consultar as informações sobre os carros disponibilizados para uma escolha informada.
Para “chegar” até ao carro, o utilizador precisa de tirar uma selfie para que a empresa detete se já é consumidor registado. Em caso afirmativo, é só passar à fase de levantar o carro, senão necessitará de fazer um depósito prévio.
Para levantar o carro dirige-se à máquina gigante de vendas automáticas no dia e hora indicada pela app. Nesse momento é verificado o seu rosto. Posteriormente receberá o carro para o test-drive, que será de três dias. Após esse período, o cliente poderá comprar o veículo, também por meio da aplicação, ou pedir outro modelo para teste.
A necessidade e a funcionalidade
Neste processo a ideia é facilitar ao máximo a compra de um carro. Mas como “efeito secundário” a facilidade de gerir, por parte do consumidor, todo este processo torna-o um projeto mais económico que o de uma loja normal.
Esses custos vão desde o aluguer de um espaço da loja física a funcionários. Nesta solução, o espaço de armazenamento serve de ponto de venda. Mas serve ainda para incrementar a venda de bens consumo, que podemos chamar de luxo, para a classe média chinesa.
Assim, na prática deixa de existir a necessidade do tradicional stand de vendas de automóveis. Reduz também, ao mínimo, a necessidade de funcionários, como já foi referido. Resumindo, e de forma simples, trata-se de uma versão das caixas de supermercado “self-service” aplicada ao setor da venda de automóveis.
Controlo de acessos
Esta hipótese de testar, ou seja, levar o carro sem o efetivamente pagar, seja uma opção com alguns riscos. Para diminuir qualquer imprevisto, por exemplo, uma “amnésia” no momento de devolver o carro, a empresa vai aumentar o rigor de seus serviços financeiros e de cadastro dos utilizadores.
Ainda com o objetivo de reduzir os abusos, será também colocado um limite, por utilizador, de cinco test-drives a cada dois meses. Segundo o site TechCrunch, a AliExpress irá utilizar a sua base de dados de utilizadores para disponibilizar ofertas e descontos.
Qual a perspetiva do fabricante de automóveis?
Este é também um esforço para a Ford se posicionar no emergente mercado online chinês. A marca americana prevê ainda outros possíveis negócios em áreas emergentes, como a mobilidade e a inteligência artificial.
Assim, a Ford está a reestruturar sua estratégia na China, tentando recuperar das perdas financeiras dos últimos meses noutros países. A construtora americana entra neste negócio adiantando-se aos restantes construtores, provavelmente esta será uma vantagem estratégica que dará frutos no futuro.
Para já as atenções estão centradas no projeto. Em caso de sucesso de certeza que será copiado por outros agentes económicos. De ambos os lados da “barricada”, quer do lado das empresas tecnológicas quer do lado dos fabricantes de automóveis.
Foto | Tmall
Video | DPCcars