Quando falamos de segurança rodoviária, pensamos nos condutores de automóveis, motas, carrinhas, camiões, autocarros… No entanto, todos somos utentes da estrada desde o nascimento, como peões, passageiros, ciclistas ou condutores. Então, a partir de que ponto deve começar a educação rodoviária? Há que ter em conta que a educação para a mobilidade é um processo que dura toda a vida e que todos, independentemente da idade ou nacionalidade, devem ter acesso a ela.
A educação rodoviária é fundamental desde o nascimento. No momento em que a pessoa começa a tomar consciência e perceber o que acontece ao seu redor, começa a andar e torna-se um utente da estrada. Nesta altura, é tarefa dos pais começar a incutir um comportamento responsável e respeitoso aos peões e passageiros. Pode dizer-se que, quando começa a fase pré-escolar, este trabalho deve ser realizado em conjunto com o pessoal docente.
A verdade é que só na Irlanda, Alemanha e República Checa é que existe educação para a segurança rodoviária nos quatro níveis de ensino: pré-escolar, primário, secundário e superior, de acordo com o relatório elaborado pelo ETSC (Conselho Europeu de Segurança no Transporte, por suas siglas em inglês) no âmbito do projeto LEARN, em colaboração com a fundação flamenga VSV e a Fundación MAPFRE. Desde o início, as crianças aprendem a ter um comportamento responsável nos infantários.
Cada vez mais países estão conscientes desta importância, como é o caso de Espanha, onde a educação rodoviária entrou definitivamente na sala de aula como parte do currículo escolar e com objetivos avaliáveis. Em Portugal, a educação rodoviária é uma parte complementar do currículo, embora não seja uma matéria independente como tal. No plano internacional, estão a ser tomadas cada vez mais medidas pelos diferentes Estados para garantir que a educação rodoviária abranja todas as idades e seja incluída no currículo de uma maneira clara e não como uma atividade ou curso esporádico.
O mesmo relatório observa que “a educação rodoviária é especialmente importante para as crianças e jovens até os 18 anos nos infantários e nas escolas. As crianças precisam aprender o que é seguro e o que é perigoso para a evitar acidentes de trânsito’. A partir dos 13 anos, as crianças começam a ser utentes adultos da estrada não acompanhados de : vão e voltam da escola, saem com os amigos, utilizam mais a bicicleta. Nesta altura, é especialmente necessário apostar na educação rodoviária em diferentes áreas.
Quais as razões para ser ensinada nas escolas? Desta forma, o objetivo é evitar qualquer desigualdade entre as crianças. Garante que todas as crianças recebem os mesmos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores de comportamento, independentemente dos recursos socioeconómicos.
Para que esta educação rodoviária seja eficaz, é essencial que seja de elevada qualidade, contínua e progressiva. Por isso, este relatório sublinha a necessidade de integrar a educação para a segurança rodoviária e a mobilidade nos currículos escolares, incluindo um mínimo de horas de ensino. Deve também ter objetivos estratégicos e operacionais definidos, ser avaliável e ter recursos suficientes.
Para que isso aconteça, a direção da escola deve ser envolvida e motivada para ter uma política de segurança rodoviária e de mobilidade. Os especialistas recomendam reforçar as capacidades dos professores nesta matéria para que possam transmitir conhecimentos e práticas adequadas, ou seja, é essencial que os futuros professores recebam formação em matéria de segurança rodoviária.
Por último, destacar a necessidade de materiais atualizados e de qualidade, adaptados para cada grupo etário. O Programa educacional Planeta ODS, da Fundación MAPFRE, tem o objetivo de formar as crianças na prevenção de riscos e na promoção de hábitos de mobilidade responsável de uma forma divertida e lúdica através da gamificação. Para além, neste link oferecemos uma grande variedade de recursos e materiais educacionais para o download gratuito.
A educação para a segurança rodoviária deve envolver alunos, estudantes, famílias e, sintetizando, todas as partes interessadas. É algo que afeta a todos. Ao educar crianças seguras, teremos adultos seguros.