A razão escondida por detrás de um acidente rodoviário

Jorge Ortolá

10 de Junho de 2015

Infelizmente, em Portugal, a taxa de sinistralidade continua a ser muito elevada, apesar das campanhas publicitárias que esta está a diminuir, de ano para ano. A verdade é que o acidente rodoviário é uma realidade na vida rodoviária de todos quantos utilizam o meio para se deslocarem, ou seja, nós todos.

Muitas são as ocasiões em que, perante um acidente rodoviário, há quem consiga de imediato avaliar as causas, culpas e consequências do mesmo. Mas a questão que se levanta é simples; Saberemos ou estará a ser avaliada a razão escondida por detrás de um acidente rodoviário?

Quais as causas de um acidente rodoviário?

Quando ocorre um acidente rodoviário, muitas são as pessoas que se acercam do ocorrido, não tanto para ajudar, mas sim para analisar culpas, causas e consequências, assim como custos de reparações ou somente aquisição de fotos para partilha em redes sociais.

Quando os agentes da autoridade chegam ao local do acidente rodoviário, têm como missão, colocar o local em segurança, isolando-o do trânsito que ali se desenrola, identificar os interveniente e testemunhas, efectuar o levantamento do ocorrido para, mais tarde, redigirem o auto.

Mediante esse auto ou declaração amigável redigida entre os possíveis acidentados, se mais do que um, as seguradoras vão analisar, com base na  legislação do código da estrada, de quem é a responsabilidade, se mais do que interveniente, ou que estragos pagar, ao abrigo da responsabilidade civil,  no caso de um interveniente no acidente rodoviário. E tentar perceber a real causa do acidente rodoviário, quem a vai analisar?

As causas escondidas por detrás de um acidente rodoviário

Quando se aborda uma acidente rodoviário, as primeiras causas possíveis que surgem são; excesso de velocidade ou consumo de bebida alcoólica acima do legalmente admissível. Acontece que, nem sempre assim será. Sim, é verdade que se torna mais fácil e célere afirmar que um veículo ao se despistar ia em excesso de velocidade. Mas a verdade poderá não ser essa. Vejamos;

1º – A causa de um acidente poderá ser, como já se comprovou, o excesso de velocidade. Um condutor aborda um determinado local a uma velocidade inadequada para tal e, ao se aperceber do erro, trava violentamente, na tentativa de o corrigir. Muitas vezes não tem sucesso, envolve-se em acidente rodoviário e cria marcas visíveis e facilmente identificáveis.

2º – O consumo de álcool também está presente na causa do acidente rodoviário, uma vez que, comprovada a presença da substância, essa altera as condições físicas e psicológicas do condutor. Afinal, vários são os factores que influenciam a taxa de álcool e suas consequências num individuo.

.3º Uma das causas que nem sempre é avaliada, é a condição psicofísica do condutor. Afinal, com os níveis de stress e ansiedade elevados, o que cada vez se verifica mais, a capacidade de dominar o veículo numa condução segura, é menor. Esta causa não é avaliada. Ninguém vai efectuar uma análise  à vida do condutor envolvido num acidente rodoviário, que não apresente álcool ou outra substância proibida. Qual o seu estado emocional nas últimas semanas ou meses.

4º Outra das causas de um acidente rodoviário, poderá ser a falha mecânica, mesmo em veículos novos. Aqui o problema é que as marcas jamais irão assumir esta possibilidade e, depois da viatura destruída, a seguradora não vai gastar milhares de euros a contratar uma entidade independente que estude aquela causa. É mais fácil alegar-se que ia em excesso de velocidade.

5º A doença súbita; AVC, Diabetes, entre outras, podem ser causa de acidente rodoviário, uma vez que o condutor fica sem controlo sobre os seus actos.

Assim, seria interessante que, antes de se qualificar a causa de acidente, se despistassem todas as possibilidades, trazendo à responsabilidade, quem de responsabilidade; o próprio condutor, o médico que atesta sem avaliar ou a marca automóvel que deve assumir eventuais erros de construção.

Foto¦ Operação Stop Coimbra