“Abril águas mil”
A água é essencial à vida! O mês de abril está ligado a esta na cultura popular. Pois, sem esse elemento, não existiriam condições de vida no nosso planeta. Tão simplesmente, sem água não estaríamos aqui. Mas para a segurança rodoviária o aparecimento de chuva traz desafios.
A condução em dias de chuva comporta um aumento do risco de acidente. Pois a presença de água provoca a redução da capacidade dos pneus aderirem ao piso. A forma de encarar a condução nestas circunstâncias deve ser sempre tendo em atenção à segurança, a sua e a dos outros indivíduos.
O ditado popular que dá título a este artigo não é exclusivo de Portugal. Em Espanha a referencia é direta á chuva, “En abril, lluvias mil” (Em abril, chuvas mil). Na Europa os ditados também referem este fato. Nos países anglo-saxónicos dizem “April showers” (Chuvas de abril) e ainda “April showers bring May flowers” (Chuvas de abril trazem flores em maio). Mais a norte, na Noruega, “April bygger” (Abril constrói). Assim podemos concluir que todos os povos sabem que em abril existe uma grande probabilidade de chover.
Cuidados extra na condução
A condução em dias de chuva comporta um aumento do risco de acidente, resultante de diversos fatos, como a menor aderência e a possibilidade de existir menor visibilidade. A necessidade de se manter mais focado e eventualmente necessitar de mais “trabalho” de volante, pedais e caixa. para a o que provoca um maior stress físico, resultante do esforço “extra”.
Em condução refere-se á aderência como a quantidade de atrito que em cada momento existe entre os pneus e o pavimento. A água reduz este fator, reduzindo a segurança. Pois a sua presença transforma outros elementos comuns nas vias, como a terra, transformando-a em lama. Caso a temperatura seja muito baixa, entenda-se abaixo de zero graus, a água muda de estado formando gelo. Aí a capacidade de aderência dos pneus reduz-se, sendo por vezes nula.
Outra condicionante da chuva é a diminuição da visibilidade. Esta diminuição pode ocorrer diretamente pela quantidade de chuva ou pela neblina. Mas também pode ser causada pelo embaciamento do para-brisas, ou pelo deficiente funcionamento dos limpa para-brisas e sistemas de desembaciamento.
A água, particularmente quando associada a velocidades de circulação elevadas, aumenta a probabilidade de aquaplanagem. Nesse momento a incapacidade do pneu escoar a água que passa sobre este permite a criação duma película de água entre o pneu e o piso. Imediatamente o veículo torna-se incontrolável.
Sugestões para uma boa viagem
Caso exista alguma entropia que reduza a qualidade das condições necessárias a uma condução em segurança, deve adequar a forma como circula. Resumidamente siga os seguintes critérios:
1 – Respeite os limites de velocidade
2 – Aumente a distância de segurança
3 – Tenha atenção às travagens e às acelerações bruscas
4 – Verifique o estado dos pneus, travões e suspensões
5 – Ligue as luzes
6 – Mantenha os vidros desembaciados
7 – Evite a passagem sobre lençóis de água (maior probabilidade de aquaplanagem)
A realização duma condução segura implica agir sempre por antecipação. O principal fator de risco é a velocidade, modere-a quando chove. Mesmo quando são somente chuviscos o piso encontra-se escorregadio. Com a redução da velocidade de circulação, ganha maior controlo sobre o veículo. Mas não só, como já foi referido, ganha tempo de resposta perante os imprevistos.
A velocidade representa um fator quadrático, dito isto, percebe-se que a velocidade é um fator crítico. Este fator é mais relevante na abordagem das curvas, tal como na travagem. Do mesmo modo o peso, entenda-se a massa, da viatura também é relevante. Este fator em conjunto com a velocidade aumenta a inércia. Quando os veículos estão carregados curvam pior e travam pior, em piso molhado tudo piora.
Outros efeitos da chuva

Os peões também têm maiores dificuldades com o aparecimento da chuva
Com o aparecimento da chuva, aumenta a necessidade de se deslocar com condições de conforto mínimas. Algumas deslocações que seriam efetuadas a pé, ou de transportes públicos, são alteradas, passando a usarem o transporte próprio. Assim provoca o aumento do número de veículos em circulação.
As estradas portuguesas, por vezes, não estão concebidas para dar vazão a tal fluxo. Em especial nas grandes cidades e seus acessos, durante as chamadas “horas de ponta” surgem engarrafamentos devido ao tráfego intenso. A velocidade de circulação diminui, e bem, mas demora um pouco mais a diluir o maior débito de veículos.
Frequentemente surgem alguns acidentes, por norma de pouca gravidade mas, que afetam ainda mais a circulação nestes momentos. Estes resultam da falta de distância entre veículos, quando parados nas filas ou em movimento. Se seguir as sugestões aqui indicadas reduzirá a probabilidade de se envolver nestes incidentes.
Outros provérbios de abril
Mas abril não tem só um provérbio. São muitos os que existem, mas quase todos referem a chuva. Mais, referem, quase sempre, a necessidade da água para a produção agrícola. Pois sem água não existem produção de alimentos. Senão vejamos:
– Abril, ora chora ora ri.
– Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
– Uma água de maio e três de abril valem por mil.
– Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.
– É próprio do mês de abril, as águas serem ás mil.
– O que abril deixa nado, maio deixa-o espigado.
– Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
– Em abril, lavra as altas, mesmo com água pelo machil.
– Inverno de março e seca de abril, deixam o lavrador a pedir.
– Quando vem março ventoso, abril sai chuvoso.
– Quem em abril não varre a eira e em maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira.
– Abril chuvoso, maio ventoso e junho amoroso, fazem um ano formoso.
Mas ainda existem outros provérbios sobre este quarto mês do ano. Deixo-os aqui só para os mais curiosos. A saber:
– Em abril, um pão e um merendil.
– Vinha que rebenta em abril dá pouco vinho para o barril.
– Não há mês mais irritado que o abril zangado.
– Por abril, corta um cardo, nasceram mil.
– Abril, abril, está cheio o covil.
– Em abril queima a velha o carro e o carril.
– Em abril, cada pulga dá mil.
– Em abril, vai onde deves ir, mas volta ao teu cuvil.
– No princípio ou no fim, costuma abril a ser ruim.
– As manhãs de abril são doces de dormir.
– Quem em abril não varre a eira e em maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira.