ABS nas motos, como funciona?

Alberto Valera

30 de Março de 2018

Como todos sabemos, o ABS ou sistema de travagem anti-bloqueio, evita o deslizamento na hora de travar, sobretudo nos casos em que o piso está molhado. Por isso, a sua utilização tornou-se obrigatória para zelar para segurança de todos os condutores de moto.

Inicialmente, a sua utilização era exclusivamente obrigatória para os automóveis, desde que a norma se tornou obrigatória em 2003, mas, desde janeiro de 2016 as motos estão sujeitas à obrigatoriedade de contarem com o sistema ABS em todos os modelos homologados pelos fabricantes e com mais de 125 cc. Com o sistema ABS de ajuda à travagem poderiam evitar-se entre 1 e 4 acidentes graves ou mortais e quase 38% dos acidentes com lesões físicas.

Como funciona o sistema ABS?

Funcionando em conjunto com o sistema de travagem tradicional da moto, o ABS é constituído por uma unidade de controlo que se coloca junto ao circuito do liquido dos travões e é este que recebe a informação dos sensores que controlam o rolar das rodas da moto para atuar por consequência. O dispositivo perante o risco do sistema de travagem bloquear, impede esse bloqueio de acontecer.

Sem um sistema ABS poderia produzir-se a queda do condutor da moto ou o capotamento da mesma de forma fácil mesmo por pouca água que exista na calçada. Mas ao actuar, o ABS o bloqueio das rodas, compensando e garantindo uma travagem em menor espaço, homogénea e estável. Como já frisámos, os sensores localizados no travão monitorizam continuadamente a velocidade e a probabilidade de bloqueio e, em caso de ser preciso, a unidade hidráulica do ABS reduz a pressão do travão para manter a moto estável.

Apesar da complexidade do assunto e da necessidade de uma série de habilidades do piloto, há quem sustente que a utilização do ABS não requer nenhum treino especial. Esta afirmação é um erro, pois conhecer a forma como se comporta o ABS numa moto é indispensável, e que a mesma pode diferir de fabricante para fabicante do sistema, os modos de resposta do dispositivo e a adaptação do sistema à moto também varia.

 

Obrigatoriedade é… um benefício

Desde janeiro de 2016 que o ABS nas motos é obrigatório, sempre que falamos de motos com cilindrada igual ou superior a 125 cc. Por outro lado, aquelas com cilindrada entre os 51 cc e os 125 cc também devem utilizar um sistema de travagem combinada, o CBS, ou seja, aqueles em que acionando um só punho, atuam ao mesmo tempo em ambas as rodas.
O ABS, pelo seu tamanho, peso e preço, era inviável e impossível nas motos, sobretudo nas de menor cilindrada. Mas a sua evolução deixou de lado os complexos sistemas de 4 kg e deu lugar a outros que pesam pouco mais de 400 g, com preços mais acessíveis. O seu desenvolvimento ao longo dos anos, permite que atue corretamente mesmo quando se aciona o pedal num curva inclinada ou então com a ajuda de sistemas de controlo de estabilidade mais avançados, como o MSC.
Por fim, o desenvolvimento eletrónico começa a permitir incorporar nas motos topo de gama e também em modelos mais generalistas, outros elementos de segurança ativa como o controlo de estabilidade ou ESP para motos.
A ADAC elaborou estudos que indicam que graças à contribuição do ABS, a distância necessária de travagem reduz-se em 25% a uma velocidade de 100 km/h. Entre outras vantagens, também se destaca o dispositivo que contribui para reforçar a estabilidade da moto ao acionar os travões, evitando assim a queda dos condutores, sobretudo em superfícies molhadas.

Fonte: Yamaha