O título é forte, mas a verdade é que esta situação acontece com mais frequência do que aquilo que imaginamos. É uma realidade mundial e são vários os países que encontram e colocam em prática ideias e soluções para tentar diminuir esta flagelo mundial.
Em Espanha, mesmo aqui ao lado entra em vigor, já a partir de maio de 2021, uma normativa que baixará a velocidade máxima dentro das localidades de 50 para 30 km/h. Esta redução, para além de tentar reduzir atropelamentos, persegue ainda a conquista de uma condução mais relaxada e redução de emissões.
Quanto a Portugal, apresenta índices de mortalidade de peões, por milhão de habitantes, superior à média europeia. Entre 2010 e 2018 foram 1397 as pessoas atropeladas nas ruas e estradas portuguesas. Quase 80% destas mortes aconteceram dentro das localidades, estatística que colocam o país num indesejado quinto lugar entre 28 estados europeus analisados num estudo de 2020 do European Transport Safety Council (ETSC).
O que se pode fazer então para tentar reduzir esta sinistralidade? Não se podem superar limites de velocidade de maneira nenhuma. Não é fácil, até porque 50 km/h é, de facto uma velocidade muito baixa e por vezes damos por nós a suplantá-la, ou porque temos pressa ou porque estamos sem paciência e, depois, o acidente acontece.
Se circular dentro do limite legal, tem sempre margem de reação e de resposta perante qualquer imprevisto, como o aparecimento de uma criança vinda não se sabe de onde, de uma bola, de um animal ou até de um carro a sair de uma garagem.
Dentro dos limites, e em caso de travagem brusca, a distância será inferior. Esses metros que poupamos podem fazer a diferença entre atropelar uma criança que corre sem controlo ou não.
Deixar o telefone de lado enquanto conduzimos
Manejar dispositivos móveis enquanto conduzimos é proibido (multas de 250 a 1200 euros) e até falar em alta voz é perigoso, porque acabamos por desviar a atenção da estrada, mesmo que os olhos estejam focados nela.
Muita atenção quando nos aproximamos de peões
Ao aproximar-se de uma zona de peões nem sempre nos apercebemos se há pessoas nas imediações. Convém ainda acrescentar peões que atravessam a estrada sem olhar, por isso, para nos assegurarmos que não existe qualquer perigo, o melhor será reduzir a velocidade. O mesmo deve ser feito quando nos aproximamos de escolas e parques infantis ou de ruas comerciais.
Muita atenção aos carros estacionados
Quando passa por carros estacionados, a atenção tem de voltar a ser redobrada pois a qualquer momento podem “saltar” pessoas do meio desses carros. Não esquecer aqueles que cruzam a estrada onde não devem ou as crianças que correm e “fogem” do cuidado dos pais. Por isso, devemos deixar algum espaço livre entre o nosso carro que circula e os que estão estacionados. É preciso ter margem para reagir e nunca devemos baixar o nível de alerta.
Cuidado com as manobras de estacionamento
Ainda que sejam manobras realizadas a velocidades reduzidas e com cuidado para não bater com o carro, tanto a estacionar como a sair do estacionamento, deve ter extrema precaução porque esta operação pode não ser apercebida pelos peões que passam ao redor do carro e que não vemos dos retrovisores. São vários os acidentes que acontecem desta forma.
Não estacione em cima dos passeios
É outra situação de perigo iminente, o estacionamento em cima dos passeios. É expressamente proibido e não vale aquela ideia de que é só por minutos. Estamos a invadir um espaço destinado aos peões, pelo que ao arrancar ou ao manobrar podemos sempre atropelar alguém.
Todas as pessoas que se encontram fora de um automóvel parado em situação de emergência em plena estrada, deve vestir um colete refletor para além de sinalizar o veículo sinistrado ou parado com o triângulo colocado em local bem visível para que haja tempo para reduzir a velocidade e evitar situações de perigo. Este perigo existe principalmente quando os ocupantes do veículo estão a trocar a roda, a tentar reparar uma avaria mecânica ou a colocar o carro num reboque.
Fonte: Fundação MAPFRE