Analisando os dados de sinistralidade constatamos que os acidentes de moto voltaram a aumentar. De facto, atingiram os valores mais altos da última década. Consequentemente, nunca houve tantos feridos graves e ligeiros como no ano transato, por causa de acidentes com veículos de duas rodas.
É necessário apurar as causas mais comuns dos acidentes de moto para conseguir reduzir este problema grave. Neste artigo poderá saber quais os números da sinistralidade, estudos sobre os acidentes e as causas apuradas.
Os número atuais da sinistralidade de motos
No total, só nos primeiros oito meses de 2017 morreram 90 pessoas em desastres de motociclos ou ciclomotores. O que representa um aumento de quase duas vezes mais do que no período homólogo no ano anterior.
Até novembro, o último mês disponível, foram 118 os mortos em acidente com os dois tipos de veículos em causa. Estes números constam nos relatórios da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Entre 1 de Janeiro e 30 de julho, os acidentes de moto atingiram 4.927 pessoas. “Um aumento brutal e preocupante”, constatou o presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, José Miguel Trigoso, em declarações ao JN.
A razão deste aumento tem que ser analisada de forma séria. Pode ser somente derivada do aumento de veículos deste género em circulação, ou da falta de preparação dos seus condutores. Mas para concluir conclusivamente isso são necessários mais dados.
A ANSR compromete-se a “estabelecer condições para a discriminação positiva”, até 2020. Essas condições serão implementadas no momento da compra de motos que tenham motores mais seguros. Entenda-se, onerando a compra de veículos menos seguros.
A ANSR considera que os veículos mais seguros são os que tem motores até 50c.c. ou velocidades máximas inferiores a 45 km/h. Esta associação refere ainda que que será alargado o uso de equipamentos de segurança obrigatórios. A fiscalização também será incrementada.
Causas mais comuns dos acidentes de moto
Para responder à pergunta, no Brasil foi elaborado um estudo científico. Neste estudo juntaram-se a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o Hospital das Clínicas e a Abraciclo.
Esta última é uma associação que representa os fabricantes de motos naquele país. A amostra do estudo foi composta pelos dados de 326 pessoas. Este foi o número de vítimas durante um período de 4 meses na zona oeste da cidade de São Paulo.
Os peritos iam até ao local do acidente para analisar o caso, as vítimas eram entrevistadas nos hospitais. A primeira constatação foi que “O comportamento de risco do motociclista e a falta de respeito e visibilidade do condutor foram os fatores que mais contribuíram para a ocorrência do acidente”.
O estudo revelou ainda que 18% dos acidentes foram causados por problemas nas vias. Desde deficientes condições do piso até sinalização inadequada. O mau estado de manutenção da moto foi o motivo de 8% dos acidentes. Em especial os pneus e travões.
Com base nas informações recolhidas, os peritos constataram que em 49% dos casos o veículo provocou o acidente. Nestes casos, o principal motivo foi a imprudência com uns assombrosos 88%.
Os outros 51% de culpa dos acidentes foi causada por outros veículos e mais uma vez a principal razão foi a imprudência com 84%. No geral, as causas dos acidentes foram divididas da seguinte forma: 37% motociclistas, 37% condutores de outros veículos, 18% via e 8% veículo.
Erros e imprudência são os principais fatores
Erros e imprudência dos próprios motociclistas são as principais causas dos acidentes fatais envolvendo motos. A constatação é de outra pesquisa que aponta que 73% das colisões ou quedas de moto, que terminaram com morte, ocorrem sem envolvimento de outro veículo. Estudo levado a cabo pelo grupo de seguros BB/Mapfre.
Sem a consciencialização dos condutores de motos não será possível baixar os acidentes e as fatalidades. Devido à maior agilidade do meio de transporte, os condutores deste tipo de veículos arriscam mais, expondo-se o dobro.
Na estrada não vale tudo para passar para frente, não vale tudo para chegar primeiro ou mais à frente. Será que chegar uns minutos mais cedo vale o risco que correm? Tenha bom senso quando conduz.
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