As dores de cabeça dos danos provocados por buracos na estrada

Alberto Valera

26 de Março de 2018

A chuva não tem dado tréguas nestes dias, e não é difícil perceber no asfalto os estragos que provocou. Os buracos acumulam-se, muito deles escondidos por água que nos impossibilita de observar a sua dimensão e medir os danos que pode provocar no nosso carro. Contamos-lhe, neste artigo, algumas maneiras de evitar as crateras no asfalto e, acima de tudo, evitar que o seu automóvel fique danificado quando a única hipótese é passar por cima delas.

Chuva, chuva e mais chuva. Tem sido este o cenário dos últimos dias. Como as estradas, muitas delas, já não estão nas melhores condições, a água com o peso dos carro, acaba por ceder e são muitos os buracos que vão surgin2526do, aqui e ali. Para além de alimentar o risco de acidente, os buracos ou os desníveis nas estradas, causadas pela passagens constante de veículos pesados, podem danificar os pneus, os componentes da suspensão e a direção. Mas os problemas das estradas lusas não param por aqui. Há buracos em avenidas movimentadas, desníveis em cruzamentos e remendos de asfalto mal executados que são armadilhas para o automóvel, o que faz com que a suspensão não consiga absorver com a máxima eficácia os buracos, provocando, desta forma, danos no veículo.
Para conseguir enfrentar esta prova de rali diária, o melhor será conduzir devagar e manter a distância para o veículo precedente.
Mas não são apenas a suspensão e os pneus que sofrem com a má conservação do asfalto. As jantes também podem sair com graves danos dependendo da velocidade e do perímetro do buraco. As jantes de ferro podem ser arranjadas, mas no caso de serem de alumínio e se os estragos foram grandes, poderão ter de ser substituídas. O rebentamento de um pneu e a sua consequente inutilização é outro dos problemas. E, neste caso, será sempre necessário trocar dois pneus e nunca só um.
O Circula Seguro dá-lhe algumas dicas e conselhos para evitar danos no seu automóvel no caso de passar por “dentro” de um buraco.

Evite poças de água
As poças e os lençóis de água no asfalto são um esconderijo de buracos profundos que, além de poderem furar os pneus e danificar as jantes, podem, também, danificar a suspensão Contorne sempre as poças de água. Se não puder evitá-las, transponha-os a velocidades muito reduzidas.

Evite a utilização excessiva dos travões
Quando utiliza os travões para evitar um buraco, desloca o peso do carro para o eixo dianteiro em quase 70%. Além de desgastar pastilhas e discos, sobrecarrega a suspensão que já tem de agir suportando buracos. Circule sempre devagar em zona esburacadas.

Evite transpor um obstáculo só com uma roda
Todos sabemos que a queda num buraco na estrada nem sempre é evitável. Por isso, sempre que puder avaliar a situação que se lhe depara à frente, tente passar com as duas rodas pelo obstáculo. Ao fazer esta passagem mais homogénea evita torções no chassis. Esta dica é válida para lombas. São muitos os condutores que têm o hábito de passar apenas com as rodas de um dos lados pela lomba, desviando o outro lado do veículo para uma área sem obstáculo. Esta situação e no caso da lomba ser alta, pode produzir torções no chassis.
O alinhamento das rodas deve ser verificado sempre que conduza em estradas problemáticas. Com os impactos em buracos, lombas ou obstáculos, as especificações da geometria de suspensão podem desajustar-se. Por isso, sempre que houver forte impacto em buracos e obstáculos é necessário verificar o alinhamento. Outro problema tem a ver com os pneus. Passar dentro de um buraco pode danificar o pneu ao ponto de rebentar ou de criar uma bolha do lado de dentro e que nem sempre é visível. Quando passar por dentro de um buraco e perceber que houve pancada, pare logo de seguida e tente inspecionar algumas consequências mais gravosas que possam ter sido resultado do embate.

Reduza a velocidade
No caso de circular numa estrada onde se aperceba da existência de muitos buracos, evite circular com muita velocidade. Se passar por dentro de um buraco no asfalto a uma velocidade mais elevada, é a suspensão que vai absorver todos os impactos. Esta situação pode danificar os batentes de borracha e provocar fissuras nos amortecedores.

Lombas também danificam
As lombas têm uma razão de ser: reduzir a velocidade dos carros que circulam. Por isso são colocadas na cidade, especialmente perto de zonas escolares, para que os condutores andem mais devagar e assim evitar acidentes. Mas se ignorar as lombas e não reduzir a velocidade de forma suficiente, quem sofre é o carro.
É certo que nos últimos anos as lombas espalharam-se como se espalharam as rotundas, primeiro fizeram-se rotundas em retas longas para evitar o excesso de velocidade mas quando isso não dá resultado então fazem-se lombas ou, algo ainda pior que está na moda, passadeiras elevadas, que são um grave problema para o carro, porque mesmo que passamos a 50 km/h (velocidade máxima permitida nesses locais, geralmente), é uma velocidade elevada, ora na minha opinião essas lombas apenas fazem com que se gaste muito os pneus, os travões e se possa provocar acidentes devido às travagens repentinas.
Mas uma vez que ninguém parece dissuadir os presidentes de câmara a acabarem com este flagelo das lombas, fica aqui os problemas que o excesso de velocidade nessas lombas podem provocar.

De seguida recordamos o que pode acontecer se passar nas lombas muito depressa:

Pneus – Embora as lombas sejam arredondadas, passar por elas muito depressa pode provocar o mesmo dano que subir um passeio, ou seja, cortes e deformações.

Amortecedores – A vida útil da suspensão ronda os 60.000 quilómetros, mas se viver numa cidade com muitas lombas e não respeitar os limites de velocidade, a cifra pode reduzir-se para metade!

Chassis – Uma lomba após a outra acabam por dar lugar ao aparecimento de fendas e problemas no motor. Desta forma, o seu carro envelhece mais depressa.

Apoios do motor – Embora não parece os apoios do motor e eventualmente o próprio motor são muito afetados pelas lombas e buracos, porque o choque violente e vibração forte e repentina provocam desgaste acelerado podendo levar a partir os apoios e eventualmente estragar gravemente o motor.

Fotos: IPMA