As estradas mais seguras são as estradas 2+1

Ricardo Carvalho

24 de Março de 2021

Há já alguns anos que a Fundação MAPFRE nos vem dando a conhecer as Estrada 2+1, um tipo de via ue ainda não está muito implantado no nosso país, mas que aos poucos pode vir a ser conhecido. Em países como a Suécia ou a Alemanha revelou-se como uma medida de alta eficácia para reduzir a mortalidade em estradas interurbanas.

Quando ultrapassar pressupõe um risco desmesurado

Como já dissemos algumas vezes neste Circula Seguro, cerca de 82% dos acidentes mortais acontecem em estradas absolutamente normais. Destes casos, mais de metade dos mortos em estradas convencionais, perderam a vida em acidentes de saída de estrada pelo lado contrário. Assim, a única alternativa viável às estradas secundárias com uma faixa para cada lado, era a autoestrada ou a via rápida, e a tendência atual é ir convertendo aqueles troços de estrada onde o investimento é justificado, principalmente pela quantidade de trânsito que suporta.
Assim, chega-nos do norte da Europa uma solução intermédia, que incidiria nas principais causas de mortes nas estradas secundárias e evitaria boa parte do desembolso que pressupõe a construção de uma auto-estrada. Esta solução intermédia chama-se Estrada 2+1.

O que são as estradas 2+1

Pensemos em estradas convencionais, naqueles troços de descidas pronunciadas, onde existe uma faixa para veículos lentos. Esta faixa (que fica do lado direito), está destinada às ultrapassagens de veículos ligeiros a veículos pesados e mais lentos. E se dedicássemos essa terceira faixa à esquerda para os percursos onde as ultrapassagens são mais difíceis? E se essa terceira faixa pudesse alternar para cada sentido de circulação?
As estradas 2+1 funcionam precisamente desta forma. Na prática trata-se de uma estrada com três faixas, uma para um sentido de circulação, um central que servirá para ultrapassar por “turnos” e uma terceira para o segundo sentido de trânsito. Esta alternância seria realizada a cada 5 ou 10 km, o mais comum em estradas convencionais, mas com uma salvaguarda muito importante: em vez de linhas contínuas ou descontínuas que marquem a possibilidade ou não de ultrapassagem, teríamos uma média, com barreiras ou pequenos pins divisórios. Esta faixa média serviria para facilitar a identificação do sentido da terceira faixa e para impossibilitar a sua invasão em sentido contrário, ganhando-se em segurança e em facilidade de utilização.

O que é preciso para transformar estradas em percursos 2+1?

De acordo com a Fundação MAPFRE, a utilização massiva desta fórmula em estradas convencionais, poderiam levar a uma diminuição de até 300 vítimas mortais por ano.
Como medida de segurança rodoviária, a estrada 2+1 conta com uma excelente relação entre a sua eficácia e o custo de implantação. Por isso, acaba por se transformar numa excelente alternativa à autoestrada naqueles troços de estrada onde, apesar de contar com uma intensidade de trânsito reduzida, existam problemas para ultrapassar por frequentes mudanças de faixa ou pela proliferação de veículos lentos.
Assim, tornam-se numa excelente solução para estradas departamentais, próximas de pequenas localidade ou de zonas agrícolas cuja intensidade diária não justifica o investimento de uma via rápida, mas que pela sua sinistralidade necessitem de um reforço da segurança rodoviária.

Fonte: Circula Seguro.com