Levar o carro à oficina é uma tarefa que nem todos apreciam. Normalmente, pressupõe um transtorno na rotina e, em muitos casos, obriga a deixar o carro por alguns dias, o que implica ficar “apeado” se não lhe derem um veículo de substituição. E a partir daqui começamos a contabilizar os gastos provenientes da reparação ou da revisão, que normalmente são elevados.
Mas, o que por vezes acaba por ser mais mais preocupante é o serviço que os mecânicos oferecem ao cliente que pode não ser o mais adequado. Ou porque não solucionaram o problema e fizeram uma reparação ao nível do chamado “desenrasca” ou porque fizeram mais do que aquilo que tinham mencionado quando entregámos o carro, e agora a fatura é mais elevada do que o previsto e o cliente não tem dinheiro para pagar.
Mas atenção! Não queremos denegrir a imagem dos mecânicos, queremos apenas dizer, que tal como acontece noutras profissões, há bons e maus profissionais e há situações e conselhos de mecânicos que lhe podem sair muito dispendiosos.
Reunimos as frases típicas dos mecânicos, aquelas que o podem “enganar” ou as que dizem só para despachar o cliente.
1 – Isso acontece sempre com esse modelo
Como já referimos, todos os casos que vamos expor não têm de acontecer. Nem todos os profissionais da mecânica automóvel são assim. São apenas algumas noções que podem ser úteis na hora de deixar o seu carro na oficina. Em determinadas ocasiões, frases como estas podem acontecer… Levar o veículo à oficina com um determinado ruído ou problema e a resposta é… “isso é normal nesse carro, não é defeito é feitio…”
Quando fazem este comentário depois de uma reparação, fica a ideia de que isto não é verdade, basicamente que o mecânico não está interessado em perceber do que se trata ou porque implica muito trabalho ou porque de facto não sabe mesmo.
Até depois do arranjo, se sentir que algum elemento não funciona como antes, que o tato é diferente ou que note pequenos defeitos que anteriormente não notava, é muito provável que, em vez de reparar, tenha estragado ainda mais.
2 – Se não ficou satisfeito, traga-o de volta que voltamos a observar
Neste ponto é importante recordar que, por lei, a garantia das reparações nas oficinas é de três meses ou 2000 km. Na maioria dos casos, saímos da oficina sem estar muito convencidos do arranjo e, depois de o testarmos, continuamos a não estar nada convencidos. É neste momento que, quando precisamos de voltar à oficina o mais rápido possível, pois pode passar o prazo e vai ser preciso pagar uma nova reparação. Ou então somos confrontados com o “partiu-se outra peça naquela zona que vai precisar de ser substituída, logo a fatura vai aumentar”.
Se não gostar do serviço e não estiver convencido com o arranjo, pode ir a outra oficina tentar uma segunda opinião. Se a oficina falhou uma vez, procure outra.
3 – Vai ter de levar mais isto e aquilo…
Tratam-se de casos em que vamos reparar uma peça específica, mas quando volta à oficina ou até telefonam, aproveitam para acrescentar mais umas peças que asseguram ser necessárias. É verdade que às vezes pode mesmo precisar de mudar mais peças, mas outras não. O melhor é optar sempre por uma oficina de confiança.
Se não conhecer nenhuma oficina de confiança, o melhor será tentar informar-se na internet e ver comentários de utilizadores de determinadas oficinas. É o melhor barómetros para perceber a satisfação de quem as utiliza.
4 – É do caudalímetro…
Com o caudalímetro referem-se ao filtro de partículas e a verdade é que, nestes casos, é difícil determinar o problema real. Muitas vezes os mecânicos utilizam máquinas de diagnóstico e obtêm um código de avaria P0101, que faz referência a este elemento. Existem ocasiões em que o problema persiste mesmo depois de trocar o filtro, pelo que corre-se o risco de que a fatura aumente drasticamente, pois terão de continuar a investigar e seguramente vão encontrar mais peças com problemas. Fatores que se traduzem em mais mão-de-obra, logo mais despesas.
5 – Isso já estava assim
Este comentário é muito comum quando levamos um carro novo à oficina. Atualmente, os carros mais modernos têm tecnologia realmente avançada, seja nos sistemas de ajuda à condução ou simplesmente em dispositivos que tornam mais confortável a experiência de condução. Por isso, antes de levar o carro à oficina devemos assegurar-nos que quando voltamos para o levantar, não se tenha avariado nenhuma funcionalidade.
Em algun casos, por exemplo, o controlo de estabilidade comunica com o cruise control ou com o sistema de navegação. Por isso, é possível que ao reparar um destes sistemas se danifique outro de forma acidental. Não seria fácil provar que o estrago havia sido feito em oficina e que esta seria a responsável, logo teria de arranjar.
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