É já a partir da próxima semana que mudam as regras do ensino da condução em Portugal. Muito se tem falado que deveriam existir mudanças, mas quando se discute que tipo de mudanças, parece nunca haver acordo.
A primeira mudança e a principal, é o contrato. Nesse contrato vai ter de constar todos os itens que vão ser cobrados ao aluno para tirar a carta de condução por completo. Ou seja passa a haver mais controlo e assim de tudo os alunos passam a ter conhecimento total daquilo que lhes é cobrado pela carta de condução que não costuma ser nada pouco. Em caso de chumbo, o contrato, deve também, mencionar o que acontece, quais os custos e quais as aulas que se deve ter a mais. Tem também de constar que o aluno tem a possibilidade de escolher o centro de exames, como sempre teve, mas agora essa informação deve estar contratualizada.
Para quem tirar a carta de condução de ligeiros de passageiros, vão ser necessárias 28 aulas teóricas de uma hora cada, em vez dos atuais 50 minutos. Com três módulos distintos: segurança rodoviária, teoria da condução e um modulo complementar teórico-pratico. Nesta última vertente, o aluno terá de completar 32 horas e 500 quilómetros, sendo que duas das aulas têm de ser realizadas de noite.
Passa ainda a ser obrigatório o registo do número de horas e quilómetros percorridos, uma medida que para algumas escolas peca por escassa, porque essas e o ACP querem que passe a existir a monitorização eletrónica, embora este diploma mencione isso mas não é obrigatório. Isto é, coloca-se dentro dos carros um equipamento que controla os quilómetros que se está a fazer, onde os está a fazer, se existem travagens bruscas, no geral este dispositivo conseguiria monitorizar tudo o que acontece dentro do carro.
Um novidade por completo, e até importada dos Estados Unidos (embora não integralmente) é a possibilidade dos pais participarem no ensino da condução como tutores. Para tal tem de ser encartado à mais de 10 anos, sem nenhuma multa grave, muito grave ou crime rodoviário. nos últimos 5 anos.
Pode esse tutor ensinar o aprendiz, desde que este tenha mais de 150 quilómetros realizados e 12 horas de condução. Deve, também, colocar um dístico à frente e atrás do carro, que indica que está a ser ministrada uma aula pelo tutor e claro vai ter que ter um seguro específico para o efeito.
Para além destas medidas, estuda-se ainda possibilidade dos exames serem filmados, o que permitira a erradicação da corrupção ou pelo menos uma diminuição drástica, dado que o examinador não poderá auxiliar em nada a condução do examinando.
É certo que há algumas mudanças, e a meu ver, todas elas são para melhor, mas continuamos a ter o problema de os alunos não estarem realmente preparados para situações que possam acontecer no dia-a-dia, como despistes, travagens bruscas em clima adverso. Veja-se um aluno que tira a carta de condução no verão, o que é muito habitual devido às férias, é muito provável que nunca conduza com chuva, e isso é muito grave e revela uma lacuna ainda mais grave.
Penso que se deveria adotar o sistema Irlandês, onde os alunos praticam a todos os cenários possíveis, aprendendo a controlar o carro em despiste, por exemplo.
E você, o que acha destas mudanças?