Inovação em duas rodas nos Salões do Automóvel

Redacción Circula Seguro

18 de Outubro de 2021

Marcas de carros que fabricam bicicletas? Considerando que algumas delas nasceram como fabricantes de moedores de café ou máquinas de costura, não é despropositado que a indústria de quatro rodas queira agora pedalar. De facto, muitas marcas icónicas começaram a conceber motas muito antes que automóveis.

A aproximação da indústria automóvel ao mundo do ciclismo há anos oferece importantes avanços na criação de modelos especiais para equipas de ciclismo, que requerem os mais modernos avanços tecnológicos para reduzir segundos do cronómetro. Outra razão para esta boa relação é que a bicicleta elétrica está a estabelecer-se como uma opção mais atrativa do que a bicicleta convencional para pessoas que viajam regularmente de mota e carro. Atualmente, este tipo de transporte está a ser a melhor opção para reduzir a utilização de veículos poluentes, especialmente nas grandes cidades. Esse é um grande mercado que o sector das quatro rodas não quer perder.

Uma alternativa inovadora

Por todas estas razões, há anos os famosos “salões do automóvel” passaram a ser montras destas marcas para lançar as suas bicicletas como inovação alternativa. Toyota, Yamaha, Mini, Ford, Peugeot, Volkswagen, Honda, BMW, Porsche, Lexus, Skoda, Rover, são apenas alguns exemplos de marcas que já têm bicicletas nos seus concessionários… memso marcas de luxo como Bugatti ou Ferrari lançaram edições limitadas das suas bicicletas que, evidentemente, esgotaram rapidamente apesar do seu elevado custo. Quais são as novidades oferecidas por estas marcas?

Em primeiro lugar, os materiais. Muitas destas marcas trabalham com empresas especializadas em design e materiais utilizados pelos construtores da Fórmula 1, pioneiras na utilização de fibra de carbono. O objetivo é combinar a aerodinâmica com o baixo peso das bicicletas e assim conseguir uma grande versatilidade. Portanto, embora alguns destes novos modelos sejam especialmente concebidos para provas desportivas de tempo, a última geração de bicicletas urbanas ou de montanha também é beneficiada por uma leveza extraordinária. A inovação nos materiais chega até ao guiador: no caso de algumas marcas, estão a ser utilizadas ligas que são geralmente utilizadas na indústria aeroespacial.

Maior autonomia

A autonomia é outro trunfo importante. Muitas das baterias oferecidas por estas marcas são amovíveis e algumas empresas garantem uma autonomia de 150 quilómetros. A tecnologia baseada em sensores encontrada em muitos veículos é também aplicada a estes modelos: sensores traseiros de ultrassom que alertam o condutor e avisam o ciclista quando está para ser ultrapassado por um veículo ao vibrar o guiador; deteção da presença de veículos que são avisados ao ligar automaticamente as luzes do guiador; sensores no quadro para recolher dados como velocidade, aceleração, tempo e altitude; a possibilidade de gravação de vídeo, transmissão em direto e até imobilizadores ligados ao telefone do dono para impedir a sua utilização por pessoas não autorizadas.

Outros modelos oferecem os denominados pedales pivotantes, que inclinam para a frente ou para trás para aceleração e travagem, uma câmara trasera, carregamento indutivo de telemóvel, ligação USB para Iphones ou mesmo um sistema de navegação.

Regulamento

A partir de 2 de janeiro de 2021, uma bicicleta elétrica é oficialmente uma “bicicleta assistida por pedal”, de acordo com o decreto real 970/2020. O seu motor não pode exceder 250 W de potência e deve ser desligado automaticamente quando o veículo atingir 25 km/h. Por enquanto, estas bicicletas não necessitam de homologação ou registo e são regidas pela mesma legislação que as bicicletas convencionais. Os ciclistas devem usar capacete nas estradas interurbanas e na cidade é obrigatório para menores de 15 anos de idade. Devem circular na faixa de rodagem, como outros veículos, a não ser que haja uma faixa específica segregada no pavimento.  Durante o dia, usar roupas de cores vivas ou fluorescentes. À noite, usar luzes (branca à frente e vermelhas atrás) e elementos reflectores. Também se pode usar catadióptricos nas rodas, perto das luzes.

Os ciclistas (independentemente de a bicicleta ser elétrica ou não) devem cientes do código da estrada, tal como aplicado a qualquer outro veículo, incluindo os níveis de álcool no sangue e a proibição de usar auscultadores ou de falar ao telemóvel. Para além, para atravessar uma passagem de peões, devem descer da bicicleta. Os proprietários de bicicletas elétricas não são obrigados a contratar um seguro de responsabilidade civil, mas são responsáveis por quaisquer danos que possam causar com os seus veículos, pelo que é mais do que aconselhável ter uma das muitas opções oferecidas pelo sector segurador.