As crianças devem ser transportadas corretamente. O cinto de segurança não chega. É preciso que os mais pequenos viajam numa cadeira apropriada ao seu tamanho, peso e idade. Mas quando é que surgiu a primeira cadeirinha? Passamos em relance a evolução das cadeirinhas, ao longo das décadas.
As cadeirinhas destinam-se a transportar em segurança as crianças, tendo sofrido grandes evoluções ao longo das décadas, ainda que pareça algo muito básico. Afinal, trata-se de uma simples… cadeira! No entanto, este elemento tão elementar apenas há cerca de meio século começou a fazer parte da nossa realidade. O primeiro protótipo de uma cadeira remonta à década de 1930.
O que levou a que fossem criados assentos específicos para crianças? A conclusão de que as diferenças na anatomia de crianças e adultos implicavam que para as crianças viajarem mais confortavelmente e mais seguras seria imprescindível uma adaptação do banco do automóvel (idealizado para a fisionomia dos adultos). É assim que surgem os primeiros trabalhos em torno de uma cadeira vocacionada para os mais pequenos.
1933: O precursor
Em 1933, a Bunny Bear Company produziu um banco para automóvel a pensar no transporte dos bebés. Esse banco apoiava-se nas costas do banco dianteiro e foi um precursor das atuais cadeiras.
1960: Nos EUA e em Inglaterra
Separadamente, o americano Leonard Rivkin (na foto) e o inglês Jean Ames conceberam, cada qual, cadeiras para crianças viajarem nos automóveis.
1964: Protótipo de cadeira testado
Inspirado no modo como os astronautas viajavam nos foguetões em direção para o espaço – virados de costas para que as forças da aceleração fossem melhor suportadas –, Bertill Aldman (na foto), médico e professor em segurança rodoviária na Universidade Tecnológica de Chalmers, desenvolveu um protótipo de uma cadeira para crianças.
A Volvo esteve ligada de perto a este desenvolvimento, tendo o primeiro teste sido feito num PV544.
1967: Banco do passageiro que se vira para trás
A primeira cadeirinha a ser vendida a clientes foi criada rodando o próprio banco do passageiro dianteiro para trás. Foi adicionado um encosto acolchoado com correias para garantir maior segurança. A solução foi vendida como um acessório opcional, disponível no modelo Volvo Amazon.
1972: Cadeirinha Volvo no sentido contrário ao da marcha
As cadeiras concebidas para transportarem as crianças viradas no sentido contrário à marcha do veículo conseguem proporcionar um melhor apoio ao pescoço, ajudando, deste modo, a dispersar a energia resultante de um impacto frontal. Colisões dianteiras são as mais frequentes e, habitualmente, as que provocam situações mais severas em termos de lesões.
1976: O banco elevatório
Em 1976, foi criado o banco elevatório, pensado para que crianças maiores possam ter um maior conforto ergonómico. O simples facto da criança estar sentada mais alta permite que o cinto de segurança a sustenha com maior segurança. Recorde-se que atualmente, em Portugal, é obrigatório continuar a usar o banco elevatório até a criança ter 135 cm altura ou 12 anos. Se estiver a utilizar um banco elevatório, uma criança corre 75% menos riscos de sofrer lesões do que se tiver apenas o cinto de segurança. A Volvo, a partir de 1990, passou a ter nos seus modelos um banco elevatório integrado nos assentos do carro (inicialmente, apenas no lugar central traseiro no Volvo 960; duplo banco elevatório integrado foi introduzido em 1995, no S40).
1997: Sistema Isofix
A marca de cadeirinhas Britax-Römer e o construtor de automóveis VW desenvolveram em conjunto o sistema Isofix, tendo os primeiros produtos compatíveis sido introduzidos em 1997. A norma ISO 13216 foi publicada em 1999. O ISOFIX visa padronizar e simplificar o encaixe dos dispositivos de retenção, garantindo a eficiência do produto.
Este sistema exige pontos de ancoragem específicos e compatíveis (universais), tanto no veículo quanto na cadeirinha. Segundo alguns testes, os dispositivos fixados com ISOFIX reduzem o deslocamento dos dispositivos para transporte de crianças que leva a que haja um menor deslocamento do pescoço, ombros e coluna cervical, reduzindo, por conseguinte, as lesões nas crianças transportadas dessa forma. Outra vantagem do Isofix é que minimiza o risco de uma instalação incorreta.
2014: Cadeira insuflável
Há três anos, a Volvo apresentou o protótipo de uma cadeira insuflável que quando não é necessária pode ser recolhida como um saco. Esta cadeira insuflável possui uma bomba incorporada que coloca a cadeira operacional em 40 segundos. Quando não é necessária, a cadeira transforma-se numa mochila ou saco que mede 45 cm x 50 cm x 20 cm e pesa apenas 5 kg.
Fotos: Volvo, Pinterest, Mentalfloss, baby-express.net, childcarseats.com.au