A Cannabis na sinistralidade rodoviária

Jorge Ortolá

20 de Agosto de 2014

Foi, recentemente, revelado algo verdadeiramente alarmante para a segurança rodoviária. Segundo o Instituto Nacional de Medicina Legal, nos últimos anos foi detectada a presença de Cannabis em elevado número em indivíduos mortos, vitimas de acidente rodoviário.

Se é verdade que, em comparação, entre vitimas mortais que apresentam sinais de álcool no sangue e os indivíduos mortos pela mesma razão que apresentam  drogas, nomeadamente Cannabis, é elevado, não deixa de ser preocupante e intrigante o aumento representativo que esta angiosperma tem.

 Um aumento duplicado com consumo de Cannabis

Segundo um estudo publicado e desenvolvido desenvolvido por investigadores da Universidade Dahousie, em Halifax no Canadá, estudo que advém da análise de nove outros estudos que envolveram 50 mil pessoas em todo o mundo que sofreram acidentes rodoviários.

A conclusão deste estudo, depois de realizados diversos testes com diversos tipos de veículos, foi que o risco de um condutor se envolver num acidente rodoviário, com resultado de morte, duplicava se tivesse consumido Cannabis até três horas antes.

O estudo justifica que este duplo risco de acidente rodoviário com o facto da  Cannabis afectar as funções motoras necessárias para uma condução segura, nomeadamente na terceira fase da Função da Condução, a Acção.

A realidade actual em Portugal

Agora, em Portugal, surgem os primeiros dados sobre a presença de Cannabis no organismo dos condutores acidentados mortalmente. Segundo o Instituto Nacional de Medicina Legal, entre 2012 e 2013, morreram em Portugal 52 pessoas com presença exclusiva, combinada, de Cannabis.

Segundo um responsável do INML, cada vez mais a presença desta droga, Cannabis positiva,  está em exclusividade no organismo dos autopsiados, contrariamente ao que antes acontecia, em que surgia associada a álcool ou outras drogas, em faixas etárias cada vez mais baixas.

Segundo o mesmo responsável, tal deve-se ao facto de haver um crescimento no consumo e uma desvalorização social. Agora mais do que nunca, torna-se necessário que as instituições responsáveis do Estado português se coloquem na estrada e desenvolvam verdadeiras campanhas educativas de prevenção e segurança rodoviárias.

Foto¦ USFWS