Carjacking é uma forma geralmente violenta de roubo de veículos. É uma séria ameaça à nossa segurança pessoal, porque o ladrão usa a força e o medo para roubar o nosso carro. Às vezes, o proprietário do carro ou outros ocupantes são sequestrados durante este tipo de roubo de carro, e se tiver sorte será deixado nas proximidades, geralmente ileso.
Desde a década de 80 que este tipo de crime tem aumentado e chegou ao nosso país, mais ou menos uma década depois, tendo o seu apogeu no final da primeira década do século XXI. Saiba como reduzir a probabilidade de ser vítima deste tipo de crime.
O pior cenário ocorre quando os condutores são sequestrados e vítimas de crimes de extrema violência como violação, assalto agravado, e até mesmo homicídio. Desde meados dos anos 1980 o carjacking tem captado a atenção dos meios de comunicação social com os relatórios policiais desses ataques repentinos e violentos, a serem divulgados quase diariamente.
Os casos mais mediáticos são aqueles em que os assaltantes ao levarem a viatura não se apercebem que está um bebé o banco de trás do carro, deixando num desespero natural o progenitor, a quem o carro pouco importa e que vê o seu bebé a desaparecer para parte incerta nas mãos de um meliante.
Outros casos relatam casos de condutores que foram violentamente puxados para fora dos seus carros, por vezes agredidos e deixados jogados no chão, feridos e aterrorizados com o que acabara de acontecer, por vezes são sequelas difíceis de apagar da memória.
A origem do carjacking
Este fenómeno surgiu nas grandes áreas metropolitanas dos Estados Unidos da América, na década de 1980 e foi uma mudança de conceito do roubo de automóveis, basicamente os ladrões perceberam que podiam roubar qualquer veículo sem danificá-lo, ficavam com as chaves originais podendo ainda roubar o proprietário.
A nível técnico os automóveis estavam a ficar mais sofisticados e começaram a proliferar novos dispositivos antirroubo, com sistemas de alarme e chaves codificadas com imobilizadores. Os ladrões de carros tornaram-se mais violentos para obter os carros que pretendiam e não pensaram duas vezes antes de usar métodos mais violentos.
Locais mais propícios ao carjacking
Segundo um estudo americano, 65% dos roubos de carros, ou tentativas, ocorrem na periferia da casa da vítima, os ladrões controlam o tipo de viatura que pretendem e os hábitos do seu proprietário de forma a consumarem o crime no momento de maior vulnerabilidade deste. Por norma são pessoas que estão sozinhas no veículo, tendo esse estudo apurado uma média de 92% destes casos, por razões óbvias.
O carjacking pode ocorrer em qualquer lugar, mas é em grande parte um problema mais comum nas cidades grandes, geralmente nas zonas mais remotas de parques de estacionamento de áreas comerciais movimentadas, onde existem muitos veículos juntos e ocorrem maioritariamente quando o proprietário está entrando, ou saindo, do veículo estacionado.
As características das vítimas
Um dado talvez mais surpreendente é o fato de serem os homens mais vezes vítimas deste tipo de roubo do que as mulheres, este fato é coadjuvado por outro também curioso, mas não tão estranho, são os jovens homens solteiros os mais atingidos, talvez pela maior probabilidade de irem para locais de maior risco do que pessoas casadas, segundo afirmam os investigadores norte-americanos.
O classe social mais afetada é a média alta e, surpreendentemente, 64% dos roubos de carros tentados durante o dia foram concluídos, em contraste com menos de metade das tentativas à noite que tiveram sucesso, isso pode ser reflexo de quem seja a vítima e quem está só à noite. Cerca de 62% de todas as vítimas de carjacking tomou algum tipo de ação para defender-se, ou à sua propriedade, resultando que 20 % dos proprietários acabaram feridos nos casos de roubos de carros concluídos e cerca de 16% durante as tentativas.
Outra diferença essencial para o controlo deste fenómeno é a denúncia de todos os casos, 100% das vítimas de carjacking consumado chamou a polícia, mas segundo os cálculos do estudo apenas 57% denunciaram os casos de tentativa de carjacking. Esta variável no relatório está provavelmente relacionado com o desejo de ser ressarcido pelo seguro da perda, ou danos, sofridos na viatura.
Variações ao carjacking
Outro esquema muito usado por ladrões de carros é para bater na traseira do seu carro, geralmente de forma ligeira, só de forma a levá-lo a encostar e parar. Esta técnica é habitual nos países do leste europeu, com especial preponderância na Rússia.
Nós somos “treinados” para parar sempre na sequência de um acidente rodoviário, de forma podermos trocar informações de seguros e identificação entre os intervenientes, este é um cenário perfeito para o carjacking. Nestes casos geralmente são duas pessoas a efetuar o roubo.
Reduza o risco de ser vítima de carjacking
Para reduzir o risco de ser vítima de carjacking, esteja atento a estas sugestões, aplicando-as sempre que possível:
– Estacione sempre em áreas bem iluminadas, quando chega, ou se sair depois de escurecer
– Não estacione em áreas isoladas ou visualmente obstruídas, perto de paredes ou vegetação densa
– Use estacionamentos que tenham seguranças, ou no mínimo circuitos de videovigilância
– Quando caminhar para o seu carro esteja atento a pessoas suspeitas que estejam sentados em outros carros
– Solicite a amigos para “escolta-lo” se o seu carro estiver num local isolado num parque de um centro comercial
– Cuidado com os jovens, especialmente do sexo masculino, sem nenhuma atividade especifica na área (encostados a paredes, de mochila ao ombro mas parados, etc)
– Se alguém tentar se aproximar de si, mude de direção ou corra para uma zona movimentada
– Siga seus instintos, se se sentir inseguro caminhe, ou corra, para um lugar seguro
– Quando você se aproxima seu veículo, procure algo de suspeito em redor , e até dentro, do seu carro
– Se for seguro, abra a porta e entre rapidamente, tranque as portas de imediato
– Não seja um alvo, esteja especialmente atento quando estiver carregando pacotes para o carro
– Crie o hábito de ligar rapidamente o seu carro e ir embora sem grandes demoras
– Ensine e pratique com os seus filhos a entrar e sair do carro rapidamente
– Na cidade, conduzir sempre com as portas do carro trancadas e janelas fechadas, se possível
– Quando parar no trânsito em zonas perigosas, deixe espaço suficiente à frente para manobrar e escapar, se necessário
– Se for envolvido num acidente no trânsito, geralmente em tráfego fluido e por jovens do sexo masculino, suspeite do acidente
– Cuidado com o “Bom Samaritano” que se oferece para trocar o pneu furado. Não há problema em pedir, ou dar, ajuda, apenas há que estar alerta
– Se achar que está a ser seguido, continue a conduzir até um posto de gasolina, ou um lugar muito movimentado
– Se for confrontado por um assaltante armado não resista
– Entregue o que for pedido, chaves ou dinheiro, sem resistência
– Não discuta, provoque, lute ou persiga o ladrão, você pode ser gravemente ferido, chame a policia logo que possível
– Nunca concorde em ir até algum lugar para ser deixado lá, você está a ser sequestrado, e não controlará o destino após a viatura arrancar
– Se for forçado a conduzir, considere em bater com o seu carro (faça-o com pouca velocidade) perto de um cruzamento movimentado para atrair a atenção, de modo que as testemunhas do acidente e os curiosos possam vir em seu auxílio e chamar a polícia
– Logo que seja possível e seguro chame a polícia para relatar o crime e fornecer informações detalhadas
Lembre-se o carro é uma máquina, um bem, é algo substituível por mais que tenha custado a adquiri-lo, a sua vida não. Esteja atento e use o bom senso.
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