Centros de educação rodoviária (1)

Jorge Ortolá

2 de Dezembro de 2013

Já foi aqui abordado, por algumas vezes, a temática “educação rodoviária“, sua função e importância a nível de resultados e consequências, não apenas no imediato, mas essencialmente no futuro.  ou seja, tal como a higiene, seja ela qual for, pessoal ou geral de um espaço, não é suficiente limpar ou lavar uma vez para que essa limpeza dure para sempre.

Também na educação rodoviária não é suficiente interferir-se uma vez apenas para que os mais pequenos possam apreender e assimilar conceitos de segurança com vista à sua introdução na rotina diária, aumentando deste modo os seus níveis de segurança.

A educação rodoviária em Portugal e na Europa

É certo que essa educação não deve apenas ser ministrada em centros de educação rodoviária, aliás, é com o exemplo dos pais que as crianças e jovens começam a assimilar as boas atitudes e comportamentos, mas tal como acontece em países do norte da Europa, essencialmente, é nesses centros que deve ser complementada e reforçada, integrando os pais nessa formação.

Em Portugal as ações de formação em educação rodoviária é algo muito ténue se comparado com o desejável e recomendável. Vão fazendo-se em avulso por gente altruísta, individualmente ou através de associações e escolas de condução, algumas intervenções. Mas como não têm uma continuidade no tempo nem uma linha de orientação no aspeto da eficácia num futuro, não passam essas intervenções altruístas disso mesmo.

 O Estado e a educação rodoviária

Existe por parte das instituições públicas um total desprezo com a educação rodoviária.  Verifique-se a deficiência formativa nos manuais escolares, ou a débil e inexistente intervenção nas turmas do ensino básico. Mas pior que tudo isto é o facto de em Portugal existirem centros de educação rodoviária , pagos com dinheiros públicos, que nunca foram utilizados e se encontram à cerca de uma década ao abandono. Foram gastos centenas de milhares de euros para nada, uma vez que nada é realizado nesses espaços.

A título de exemplo, podemos apontar o caso de Coimbra, onde existe um centro de educação rodoviária, entregue pela autarquia local não se sabe bem a quem, mas que nunca foi utilizado. Um espaço onde se poderiam desenvolver ações formativas que incutissem aos mais novos a verdade e  necessidade sobre regras básicas de circulação rodoviária.

Um espaço onde os pais fossem ajudados a ensinar os seus filhos a serem “os condutores do amanhã“, garantindo uma melhor postura e sociabilidade rodoviária, coisa que vai escasseando nos dias de hoje.