E se o seu cérebro estivesse ligado ao automóvel?

Ines Carmo

1 de Março de 2018

Que se fale na conectividade, já não é uma novidade, mas que a tecnologia permita agora «ligar» o cérebro ao veículo, é algo surpreendente e vem dos centros de desenvolvimento da Nissan.


Chama-se Brain-to-Vehicle e tem uma tradução literal, Cérebro ao Automóvel. A ideia é que a tecnologia seja capaz de «ler» as ondas cerebrais do condutor e transmiti-las ao automóvel elétrico mais vendido no mundo, o Nissan Leaf.

A apresentação daquela que é a visão da marca japonesa para a mobilidade do futuro foi feita no CES, em Las Vegas. Mais autonomia, mais eletrificação e mais conectividade.

A tecnologia, pioneira, interpreta os sinais do cérebro do condutor de forma a auxiliar a condução e ajudar os sistemas manuais e autónomos do automóvel a aprender com o condutor. O resultado prático deve ser uma redução nos tempos de reação e sistemas que se adaptam para maximizar o prazer da condução.

Um mundo melhor

“Quando a maioria das pessoas pensa em condução autónoma, tem uma visão muito impessoal do futuro, na qual os humanos deixam o controlo às máquinas. No entanto a tecnologia B2V faz o oposto, utilizando sinais do próprio cérebro do condutor para tornar a condução mais excitante e divertida”, diz Daniele Schillaci, Vice-presidente Executivo da Nissan. “Através da Mobilidade Inteligente da Nissan, estamos a criar um mundo melhor para as pessoas, através de uma maior autonomia, eletrificação e conectividade”.

«Brain-to-Vehicle» Nissan LEAF

Segurança em primeiro lugar

Esta inovação é o resultado de uma investigação da Nissan sobre a utilização de tecnologia de descodificação da atividade cerebral para prever as ações do condutor ou detetar desconforto:

Prever: Antes de poder reagir, já a tecnologia agiu – Ao detetar sinais de que o cérebro do condutor está a programar um movimento – como por exemplo, rodar o volante ou pressionar o pedal do acelerador – as tecnologias de assistência ao condutor podem iniciar essa ação mais rapidamente, diminuindo assim os tempos de reação e melhorando a condução manual

Detetar: Ao detetar e avaliar o desconforto do condutor, a inteligência artificial pode alterar a configuração de condução ou o estilo de condução quando se encontra em modo autónomo.

Tecnologia pioneira

A tecnologia B2V da Nissan é o primeiro sistema no mundo deste género. O condutor utiliza um dispositivo que mede a atividade das suas ondas cerebrais, que são analisadas por sistemas autónomos. Ao antecipar os movimentos pretendidos, os sistemas podem iniciar ações, como por exemplo, rodar o volante ou abrandar o automóvel, 0,2 a 0,5 segundos mais rápido que o condutor, mantendo-se no entanto maioritariamente impercetíveis.