Muito se tem falado, escrito e argumentado sobre a correta forma de circular numa rotunda. Ora, todas as explicações dos supostos teóricos surgem numa linha de raciocínio supostamente cândida, imaculada, sem oscilações ou assimetrias. No entanto, como tudo na vida, também a circulação em rotunda não segue não segue essa utópica linha retilínea teórica, mas muito irregular na prática. Assim é, porque o lugar que o comum mortal chama de rotunda, pode, na verdade, não o ser. Poderá não passar de uma praça com placa, eventualmente, circular ao centro.
Rotunda
Verifiquemos então que diferença existe entre essa praça e uma rotunda. Pois bem, um espaço para ser legalmente considerado rotunda e aplicar-se a respetiva legislação, deve estar sinalizado, adequadamente, com o sinal circular azul , com três setas em circulo. Apenas com a presença deste sinal é válida a regra de cedência de passagem em rotunda. Sempre que essa praça, cruzamento ou entroncamento de trânsito circular não ostentar tal sinalização, devem os condutores observar o espaço como uma interseção comum de vias.
Função da rotunda
Uma rotunda tem como função permitir que um local de interseção de vias de elevado fluxo de trânsito, consiga fazer esse mesmo trânsito fluir de forma célere. Desta forma evita-se o congestionamento, as longas esperas e diminui-se o risco de sinistralidade devido ao não respeito das normas de circulação em interseção. Neste aspeto o conceito da rotunda é eficaz, assim como o é na sua função de ferramenta de apoio à inversão de sentido de marcha.
Já no que diz respeito à função de obstáculo ao desenvolvimento de elevadas velocidades em troços de algum perigo, muitas são as edificações destes artefactos que não se encontram convenientemente projetadas. Tal deve-se deve-se ao facto de permitirem a sua transposição sem que haja necessidade de se proceder à diminuição da velocidade, mas também da trajetória, o que está completamente errado.
Circulação
Quando circulamos em rotunda, devemos ter em atenção três ou quatro pontos chave na boa realização da manobra. Na fase de aproximação (± 100 metros), devemos definir bem o nosso posicionamento na via, seja ele qual for o escolhido, sinalizando se for caso disso. O desenvolvimento da zona circular, em si, se é efetuado pelas vias internas ou externas, depende sempre de fatores como; para onde desejamos ir, número de saídas e posicionamento das mesmas, número de vias no espaço circular, fluxo de trânsito e orientação do fluxo, existência ou não de setas de seleção/ orientação, etc…
Jamais deve o condutor esquecer-se que está previsto na legislação que no momento imediatamente antes do local onde deseja abandonar a rotunda deve estar posicionado junto ao lado direito. Se houver necessidade de utilizarmos mais do que uma via de trânsito, então devemos sinalizar essa nossa intenção e dar passagem a quem nela já transita.
Ou seja, segundo a legislação, deve o condutor optar por um trajeto que seja ao mesmo tempo o mais curto, o mais rápido, que não provoque constrangimento e que garanta ao condutor que no momento em que antecede a saída desejada se encontra junto ao lado direito. Afinal, nem tudo o que parece ser uma rotunda o é. Nem todas as rotundas são fisicamente iguais, têm o mesmo número de vias de circulação ou mesmo saídas. Em todas o fluxo de trânsito e ritmo são distintos.
A todos os condutores sugerimos que ao circularem numa rotunda, adaptem a velocidade, uma vez que as dinâmicas do veículo são alteradas, seja por deslocação do centro de gravidade da própria viatura, seja por condicionalismos da configuração da rotunda. Depois ainda existem as turbo-rotundas, cuja circulação é feita em vias especificas de orientação.
Faça boa viagem.