Como reagir durante a aquaplanagem

Duarte Paulo

20 de Outubro de 2015

A aquaplanagem é muito perigosa, mas a calma e experiência do condutor perante esta ocorrência pode fazer a diferença entre ser envolvido ou não num acidente, quando o veículo faz aquaplanagem existem alguns fatores que influenciam a possibilidade de sair dele com sucesso.

Resumidamente podem ser considerados dois fatores como os essenciais para esse sucesso, ou não, e são quais as rodas que perderam tração e a direção que o veículo se movimenta.

Sentido de movimento e rodas motrizes

Se o veículo está viajando em linha reta, o condutor pode começar a senti-lo solto, isso ocorre devido à variação da aderência dos pneus com a estrada. Se num determinado momento havia um nível correto de aderência na estrada em condições normais e, de repente, diminuem fazendo com que todas as pequenas correções na direção sejam absolutamente inúteis.

Se são as rodas motrizes a entrar em aquaplanagem, e estiver em aceleração irá notar um aumento repentino e audível da rotação do motor e notará que a velocidade de rotação dos pneus não será proporcional à deslocação do veículo.

Como proceder ao perder o controlo

Como sabe se foi a frente, a traseira, ou as 4 rodas a entrar em aquaplanagem? Simples Se estiver numa curva e as rodas dianteiras perderem a tração, o carro de repente deriva para o exterior da curva. Se as rodas traseiras perdem tração, a parte traseira do carro desloca-se repentina e lateralmente em uma derrapagem.

Se as quatro rodas entram em aquaplanagem de uma só vez, o carro vai deslizar em linha recta, em relação ao sentido de deslocação, caso esteja a descrever uma curva ele seguirá em direcção ao exterior da curva.

Quando uma das rodas, ou todas as rodas, recuperarem a tração pode ocorrer um “puxão” súbito em qualquer direção, sendo maior no sentido que a roda que recupere a tração esteja apontada, se forem as rodas motrizes o efeito será maior.

Recuperação da aquaplanagem

O excesso de tentativas de correção tende a ser contraproducente durante a aquaplanagem. Se o carro não está em curva, aliviando o pé do acelerador pode criar condições suficientes para recuperar a tração.
Continuando no caso aquaplanagem em linha reta, todas as correções feitas com o volante podem colocar o carro em derrapagem incontrolada, fazendo o veículo rodar sobre o seu próprio eixo de onde a recuperação é muito difícil ou mesmo impossível.

Deve evitar travar, porém caso seja inevitável o condutor deve fazê-lo, sabendo que essa ação irá causar instabilidade, pois a primeira roda que recuperar a tração irá tentar travar o veículo, fazendo-o rodar no sentido dessa roda.

Se a aquaplanagem ocorrer nas rodas traseiras e causar sobreviragem, o condutor deve orientar o volante no sentido do deslizamento, até os pneus traseiros recuperarem a tracção, e, em seguida, corrigir o volante rapidamente para o outro lado para endireitar o carro.

A prevenção é a melhor solução

A melhor estratégia é evitar os fatores que contribuem para a ocorrência da aquaplanagem. Verifique a pressão dos pneus e utilize a pressão recomendada pelo fabricante do veículo e dos pneus, pneus mais estreitos e com bom piso tem menos tendência á aquaplanagem.
A velocidades reduzidas a probabilidade de ocorrer aquaplanagem é inferior, pois o pneu tem capacidade de escoar a água, não sendo separado do solo pela pressão da água. Evite passar sobre lençois de água.

Os sistemas de controlo eletrónico de estabilidade não podem substituir as técnicas de condução defensiva e a seleção adequada dos pneus. Estes sistemas funcionam utilizando de forma seletiva a travagem de cada roda, porém este depende do contacto com a estrada, pelo que só quando um veículo recupera a tração é que o sistema volta a funcionar.

Sempre que circular em estradas onde a acumulação de água seja visível e as mudanças nas condições da estrada exijam um controlo constante sobre a forma como conduz, por exemplo, estradas com neve ou gelo, não utilize o “cruise control” pois poderá não ter tempo de recuperar, de forma adequada e segura, o controlo do veículo.

Foto | Badjonni