Há alguns anos, se pedisse a alguém para entrar num veículo de condução autónoma a resposta mais certa seria um redondo “NÃO”, provavelmente seguida da justificação de que não confiava “nessas engenhocas”, mas hoje, a resposta é diferente.
Nos últimos anos existiu uma “avalanche” de avanços tecnológicos, com uma novidade, a aproximação do grande público às novas tecnologias, porque se hoje perguntar a alguém se já ouviu falar, ou se até já viu algum vídeo, de algum veículo com a tecnologia de condução autónoma a resposta deverá ser positiva. Mas para quando a chegada
ao grande público?
A tecnologia de condução autónoma começou a ganhar ritmo quando a Google iniciou-se na busca de um veículo que fosse completamente autónomo, e para o público um dos pontos marcantes foi a chegada ao mercado dos elétricos da Tesla, que após uma “simples” atualização em meados do ano passado passaram a disponibilizar esse modo no seu Model S.
Uma realidade já presente nos veículos atuais é a cada vez maior conetividade, esta é uma norma essencial para muitos modelos de carros novos. Se a conexão do veículo com os aparelhos que dispomos no nosso dia-a-dia, tipo smartphones e tablets, é algo dado como adquirido, a conexão com outros veículos na estrada pode ser um dos caminhos a seguir, pode saber mais sobre isso aqui. Mas para que todos comuniquem com todos, os modelos antigos teriam de ser munidos de um sistema do género, sem exceção para garantir a segurança, o que provavelmente não será fácil, nem muito viável a nível económico nos anos mais próximos.
“Stanley” da Volkswagen, o avô da condução autónoma?
Curioso que nos Estados Unidos a Volkswagen, apesar de não diretamente , tenha inscrito um Touareg de condução autónoma que venceu tudo e todos sem dificuldades, incluindo a viatura favorita preparada com a tecnologia da Google. Talvez esta tenha sido a prova de que apesar de não abrirem o jogo, que os fabricantes estavam atentos.
Este Volkswagen Touareg foi modificado para ser conduzido por computadores, criado pela Universidade Stanford dos EUA e foi batizado de Stanley. À época de seu desenvolvimento o projeto recebeu apoio da alemã Volkswagen, que cedeu 3 Touaregs à universidade, sendo que um deveria se tornar o próprio protótipo final, um para apoio e um extra para troca de peças e estudos.
O principio base do Stanley consistia em ser uma máquina totalmente autónoma, capaz de detetar, identificar e desviar-se de obstáculos com eficiência, era aqui que estava a maior diferença para os rivais, ao detetar uma sombra na estrada a maioria considerava um buraco e desviava-se…
A preparação do carro para o controle por computadores também foi desenvolvida pela Volkswagen. Em 2005 Stanley competiu, e venceu o “DARPA Grand Challenge”, arrebatando para a equipa criada para a prova, a Stanford Racing Team o prémio de 2 milhões de dólares, este foi o maior prémio relacionado à área da robótica à data.
Diferentes pontos de vista… e da Uber?!
O investimento da General Motors na pesquisa de tecnologias nesta área é muito significativo, só numa parceria colocaram 500 milhões de dólares com uma empresa criada em 2012, a Lyft, e este é só um dos campos onde a marca americana tenta marcar o mercado deste tipo de tecnologia, em mais uma visão do futuro do carro autónomo.
O conceito desta parceria é simples, disponibilizar um carro sem condutor através de uma rent-a-car, tornando a entrada destes modelos no mercado de vendas mais fácil de acontecer em larga escala e menos receado no mercado particular.
Em abril de 2015, um carro projetado pela Delphi Automotive tornou-se o primeiro veículo com condução autónoma a completar uma viagem de costa a costa em toda a América do Norte. Ele viajou de San Francisco a Nova York, sob o controle do computador em 99% dessa distância.
Também a conhecida Uber é clara em suas intenções de usar carros sem condutor num futuro não muito distante, e está a trabalhar com o programa de robótica da Universidade Carnegie Mellon, no Estado da Pensilvânia, EUA, para acelerar o desenvolvimento da condução autónoma.
Mas para garantir que não perde o “comboio” da condução autónoma a Uber já avançou com a encomenda de 100.000 Mercedes Classe S dotados de sistemas de condução avançada, num negócio que ascende aos 10 mil milhões de euros, esta talvez seja a resposta mais concreta sobre a pergunta “A condução autónoma está a chegar?” e a resposta é: “Não está a chegar… já chegou!” só falta construir em série para conseguir baixar o preço para chegar a maior fatia da população.
Foto | Travis Wise