É verdade que, à medida que envelhecemos, podemos perder determinadas capacidades: movimentos mais lentos, sentidos diminuídos, reação mais fraca nos imprevistos… No entanto, é importante não generalizar quando está em causa a livre mobilidade das pessoas. Por isso, a idade não deve ser um fator determinante para decidir se uma pessoa está ou não apta para conduzir. O importante é demonstrar que a pessoa pode efetivamente continuar a conduzir sem riscos. Este é o objetivo dos períodos de renovação da carta de condução, que são encurtados a partir de uma certa idade, precisamente para estabelecer este controlo. Trata-se de um controlo necessário, que visa apenas garantir que todos os condutores estão em boas condições físicas e mentais para conduzir.
Estima-se que cerca de 30% das pessoas mortas em acidentes de trânsito nas estradas da União Europeia têm mais de 65 anos. No entanto, é importante destacar que continuar a conduzir não é um fator de idade. Às vezes, as pessoas mais velhas estão em melhores condições que outras com idades cronológicas inferiores. São as capacidades e aptidões do condutor que determinam se a pessoa pode continuar a conduzir um veículo sem pôr em risco a sua segurança e a dos outros utilizadores da estrada. É por isso que a maioria dos países tem um limite de idade a partir do qual a renovação da carta de condução é encurtada. Este período de validade pode ser encurtado sempre que o especialista o considere necessário, por ter detetado no condutor um fator que possa deteriorar-se ou uma doença.
Em muitos casos, os condutores têm restrições de condução. Por exemplo, podem ser proibidos de conduzir a mais de um determinado número de quilómetros do seu domicílio, ser obrigados a levar uma extensão do espelho retrovisor, não superar uma determinada velocidade ou conduzir apenas durante horas fixas.
Com o passar dos anos, é importante seguir estas recomendações para aumentar a segurança:
1-Examinar regularmente a sua vista e audição. Dois sentidos fundamentais para conduzir. É recomendável um exame anual ou ao perceber uma deterioração dos sentidos.
2-Respeitar as restrições da sua carta de condução. Cumprir as especificações ou limites fixados para não correr riscos.
3-Cuidado om os medicamentos utilizados. Verificar se nenhum deles interfere com a capacidade de conduzir e consultar um médico no caso de qualquer dúvida.
4-Manter-se ativo. Já experimentou andar de bicicleta ou a pé? É importante praticar desporto e manter-se em boa forma física.
5-Nunca conduzir cansado e com sonho. Parar quando necessário, especialmente ao notar cansaço ou sonolência.
6-Planear bem as suas viagens e as estradas a utilizar. Tentar fazer percursos que já conhece.
7-Evitar conduzir à noite ou durante as horas de menos luz. Caso necessário, tentar sempre conduzir em estradas suficientemente iluminadas.
8-Ao conduzir, manter a calma e respeitar sempre as regras de trânsito. Evitar o stress e a pressa.
9-Tentar não conduzir quando está a chover, nevar ou com muito vento. Evitar condições meteorológicas adversas.
10-Atualizar os conhecimentos. Uma boa opção é reciclar-se e fazer cursos de condução, não só para conhecer as alterações regulamentares e refrescar conhecimentos, mas também para eliminar os erros que muitos condutores cometem depois de anos ao volante e que adquirem sem se aperceberem.