Conduzir em emergência em época de verão (1)

Jorge Ortolá

4 de Agosto de 2014

Todos os anos se fala do mesmo e todos os anos os mesmos falam dele. A segurança rodoviária de quem presta serviço de emergência em corporações de bombeiros é, em época de verão, um tema que devia estar, como tantos outros, devidamente debatido.

Ainda que estes operacionais, sejam voluntários ou assalariados das corporações de bombeiros, todos eles são potenciais vitimas expostas às vicissitudes da intransigência rodoviária de milhares de condutores que diariamente circulam nas estradas portuguesas.

Veículos em emergência e riscos associados

Um veículo que circula numa situação de emergência não é, só por si, ainda que muitas sejam as vezes, mais dos que as desejadas, em quem o conduz não adapta um comportamento adequado, um veículo de risco elevado, como muitos o querem fazer crer.

Um veículo que transita em emergência, seja em auxilio de um acidente rodoviário, urbano ou florestal, encontra-se devidamente identificado, seja pela cor, mas essencialmente pelos sinais visuais e auditivos que ostenta. É um veículo, para os mais atentos, que se percebe à distância.

O grande problema destes veículos é que, em muitas situações, e nada ou muito pouco se tem feito para combater isso, é conduzido por pessoas iguais a todas as outras, mas com uma carga de saturação muito mais elevada, uma vez que estão sujeitos a períodos de laboração muito extensos e com pouco repouso.

Uma vez que na época do verão estes homens e estas mulheres não têm horário de trabalho e por defeito estão sempre disponíveis para ajudar quem deles necessite, entram, ainda que muitos não o admitam, numa viatura em emergência sem que se encontrem fisicamente aptos para tal ou emocionalmente capazes de o fazerem em segurança.

Foto¦ TVI24