Os carros elétricos viram as suas vendas disparar nos últimos anos muito por culpa da melhoria da autonomia e dos preços cada vez mais elevados dos combustíveis fósseis. Para muitos, este tipo de veículos serão os substitutos dos automóveis Diesel a curto/médio prazo, já que os gasolina parecem querer ficar para durar, principalmente se combinados com motores de carregamento elétrico.
Com o crescimento do parque rolante de veículos com estas caraterísticas, a questão que se coloca é? Quais as diferenças relativamente ao tipo de condução dos veículos a combustão e dos veículos elétricos?
A desaceleração é o novo travão?
Todos os automóveis elétricos que chegaram ao mercado nos últimos anos estão equipados com sistemas de recuperação de energia. Estes sistemas carregam as baterias invertendo o funcionamento dos motores elétricos, transformando-os em geradores nas fases de desaceleração.
De cada vez que soltamos o acelerador, o sistema de regeneração de energia entra em funcionamento, exercendo uma força de desaceleração semelhante à que acontece num automóvel convencional quando pisamos o travão de forma suave. Assim, a melhor forma de conduzir um carro elétrico passa por evitar pisar o travão, utilizando a retenção do sistema de regeneração de energia com esse objetivo, o que permitirá recuperar também alguma carga nas baterias. No caso de travar, procure fazê-lo de forma prolongada, pelo que é muito importante estar atento ao trânsito e prever os movimentos seguintes.
Cuidado com as acelerações
Uma das particularidades dos veículos elétricos é o facto de entregarem toda a potência desde rotações “zero”, ao contrário dos automóveis com motor de combustão interna que disponibilizam um amplo leque de rotações sem disponíveis a vários regimes. Ou seja, a capacidade de aceleração a partir do zero é muito superior aos veículos “convencionais”. Inclusivamente os melhores super desportivos são ultrapassados em aceleração durante os primeiros metros por carros elétricos, como o Tesla Model S, por exemplo. Assim, é recomendável conduzir com suavidade com acelerações progressivas, o que vai repercutir no rendimento da bateria. A autonomia e velocidade da carga obriga a planificar bastante as deslocações.
A autonomia dos automóveis de combustão interna no pode ser um problema. A maioria dos automóveis atuais pode percorrer entre 600 e 1200 quilómetros sem abastecer, dependendo do tamanho do depósito de combustível e do consumo. Encher um depósito de combustível apenas demora alguns minutos num dos muitos postos de combustível que podemos encontrar em qualquer ponto do planeta.
No caso dos carros elétricos, a questão referente à autonomia é mais complexa, o que obriga a planificar as deslocações e a, no caso de ser possível, evitar imprevistos que impliquem percorrer mais quilómetros. Com a atual tecnologia de baterias, os carros elétricos mais comuns percorrem cerca de 200 km, número ainda muito escasso se nos pusermos a fazer viagens mais prolongadas por estrada. Para além disso, esta autonomia vai-se reduzindo drasticamente se realizarmos uma condução mais “desportiva” e ou se usarmos com vigor o sistema de climatização. A maioria destes modelos contam com um modo ECO que permite otimizar o rendimento energético e climatizar, por exemplo, o automóvel enquanto está parado.
Por outro lado, existe o problema da carga. Se somos proprietários de um automóvel elétrico, temos, basicamente, duas forma de carregar as suas baterias: em casa ou a partir de um ponto de carga público. Se optarmos por realizar uma carga completa em casa, utilizando uma instalação elétrica normal, uma carga completa pode demorar toda a noite, enquanto se utilizamros um instalação trifásica adaptada podemos reduzir esta carga a metade ou a um terço do tempo.
Se optarmos por carregar o nosso veículo num posto de carga público, é possível que este seja compatível com o modo de carga rápida do nosso carro, permitindo obter uma carga de cerca de 80% num período de tempo que oscila entre a meia hora e a hora e meia, dependendo do tipo de sistema que está a carregar o nosso carro. Atualmente, estes pontos de carga já se encontram generalizados um pouco por todo o país. Já existe inclusivamente algumas áreas de serviço em auto-estradas com pontos de carga rápida que permitem que seja possível percorrer um distância em quilómetros um pouco mais longa.