Muito se fala de condução autónoma e automatizada. Uns dizem que está para breve, outros que já está na estrada. Mas o que define, afinal, um veículo autónomo? Conheça os seis níveis de autonomia definidos internacionalmente.
A SAE (Sociedade dos Engenheiros de Automóveis) atualizou recentemente a norma que define os seis níveis de condução autónoma para veículos automóveis. Como sempre, o objetivo é criar um léxico comum, que neste caso vai do nível 0 ao nível 5. A SAE tem em conta o papel de três “atores” principais, que são o condutor, o sistema de condução autónoma e outros sistemas do automóvel. Os fatores principais que regem a utilização de um automóvel são a velocidade, a geografia, o tipo de estrada, o ambiente, o tráfego e a medição do tempo. A divisão do controlo destas variáveis entre o condutor e os sistemas autónomos de condução, definem os seis níveis. Mas esta é só uma parte da questão, resta ainda a adaptação da legislação de cada país. Tendo em conta os benefícios que a condução autónoma poderá trazer ao nível da segurança rodoviária, do congestionamento de tráfego e do conforto da utilização, é de esperar que a harmonização das leis aconteça num futuro próximo. Do lado dos construtores de automóveis, o desenvolvimento desta tecnologia nunca foi tão intenso, prometendo estar pronta a ser utilizada muito em breve. Na verdade, em algumas tarefas, já existe um certo nível de condução autónoma, como poderemos observar na tabela que publicamos este mês. Resta esperar pela altura em que o primeiro automóvel com nível 5 chegue ao mercado.
Nível 0 – sem automação
Condutor controla o veículo a todo o momento, no máximo pode receber alertas de sistemas de auxílio à condução para fazer algumas correções. A responsabilidade do condutor é total.
Exemplo
Aviso de saída de faixa, aviso de colisão frontal.
Nível 1 – Assistência ao condutor
Sistemas de assistência intervêm na direção ou na aceleração/travagem, mas nunca nas duas ao mesmo tempo. Continua a ser o condutor a ter a responsabilidade de conduzir o automóvel.
Exemplo
Cruise control ativo, auxílio de estacionamento (só direção).
Nível 2 – Automoção parcial
Sistemas de assistência intervêm na direção e simultaneamente na aceleração/travagem, com base em informação das condições de tráfego, na expectativa de que o condutor continue a controlar o automóvel.
Exemplo
Cruise control ativo com centragem de faixa, estacionamento autónomo.
Nível 3 – Automação condicional
O sistema de condução autónoma executa algumas tarefas específicas completas, mas sempre na expectativa de que o condutor intervenha assim que isso lhe seja pedido.
Exemplo
Auto Pilot em autoestrada com função Stop & Go em filas de trânsito.
Nível 4 – Alta automação
O sistema de condução autónoma toma conta de todos os aspetos da condução em percursos definidos, de acordo com as condições de condução, mesmo se o condutor não intervir quando isso lhe for pedido.
Exemplo
City Pilot, condução autónoma em circuitos delimitados, como autoestradas.
Nível 5 – Automação total
O sistema de condução autónoma toma conta de todos os aspetos da condução, em todo o tipo de estradas em que um ser humano poderia cumprir essa tarefa. Condutor só intervém na condução se quiser.
Exemplo
Condução autónoma depois de definido um destino pelo utilizador.
Fonte: SAE, Mercedes, BMW