Construção e manutenção de faixas de rodagem

Jorge Ortolá

23 de Julho de 2014

Existem estradas e estradas. Aquelas que têm uma intensidade de trânsito em maior número e outras onde o tráfego automóvel é mais diminuto. Existem as, onde o volume de trânsito, sendo elevado, apenas estão sujeitas a viaturas ligeiras, enquanto outras são suporte de tráfego de automóveis, também,  pesados.

Quando se projecta uma via deverá ter-se em atenção todos esses factores, de modo a se escolherem os melhores materiais, por forma a que a faixa de rodagem tenha uma durabilidade maior, sem estar sujeita a um desgaste rápido e anormal, deformando-a.

Um pavimento débil é uma faixa de rodagem perigosa

Quando uma via, nomeadamente uma estrada nacional, está sujeita a um fluxo de tráfego elevado, seja porque é uma via de ligação entre pontos de elevado interesse populacional, seja porque é um meio de acesso a zonas industriais, essa estrada deverá ter uma construção capaz de suportar intenso tráfego automóvel e uma manutenção regular das faixa de rodagem.

Acontece que muitas das estradas foram construídas em tempos em que o tráfego automóvel que, supostamente, iria aí transitar seria menos intenso ou não se supunha a existência de unidades industriais que exigissem uma movimentação de viaturas pesadas, tão elevada.

No entanto, quando se projecta uma via, deve-se fazê-lo a longo prazo, prevendo um fluxo a uma ou duas décadas. Isto, porque se os materiais utilizados assim estiverem preparados, a longevidade da via será maior e a segurança rodoviária mais eficaz e garantida.

Se, eventualmente, a via for projectada e construída, procurando satisfazer as necessidades imediatas, rapidamente o material utilizado entrará em colapso, fazendo com que a faixa de rodagem entre em deformação, se comece a “descascar”, perigando desse modo a circulação e necessitando mais atempadamente de uma manutenção.

Muitos dos acidentes rodoviários acontecem porque existem os chamados “pontos negros”. Esses “pontos negros” não passam de locais de deficiente construção ou manutenção que vão entrar em conflito com os interesses imediatos dos condutores, levando-os ao sinistro.

Se é necessário que cada condutor adeque a sua velocidade, distância de segurança e demais medidas de prevenção quando circula, não é menos verdade que uma manutenção das vias, nomeadamente do reforço e repavimentação das faixas de rodagem, é sempre mais eficaz e desejável que a simples colocação de um sinal de carácter temporário, que pressupõe um período de tempo, a informar “Pavimento em mau estado”.

A segurança rodoviária exige que se invista mais na manutenção das vias, recolocando-as adequadas à realidade actual. Só dessa forma essas mesmas vias poderão contribuir para uma diminuição da taxa de sinistralidade.