Quando se dá um acidente rodoviário, são apenas avaliados os danos imediatos, ainda que se saiba que existem muitos mais. Aqueles que surgem mais tarde, são avaliados apenas trinta dias após, uma vez que esse é o período definido pela União Europeia para avaliar quais são os internados que morrem até esse período.
Feitos os relatórios, por parte das instituições, parte-se para um novo período, ainda que se tente mostrar que algo, realmente, está a ser efectuado para melhorar o que não correu bem. Acontece que muito pouco está a ser efectuado, uma vez que ainda se continuam a ter muitos acidentes rodoviários e sempre os mesmos
Os danos colaterais do sinistro rodoviário
Depois de acontecer o acidente rodoviário, com vitimas, os bombeiros são chamados à ocorrência, os paramédicos e as entidades policiais. É efectuado o socorro, o levantamento das possíveis causas e o encaminhamento das vitimas ao centro hospitalar.
No hospital são prestados os cuidados que a equipa de serviço achar adequada à vitima, nomeadamente intervenções cirúrgicas, tratamentos básicos, etc… No dia em que o paciente tiver alta, deixa de haver outro tipo de acompanhamento, senão aquele que o tratamento das feridas físicas exigem.
Mas, acontece que poderão, e normalmente há, vitimas colaterais do acidente ou das consequências do mesmo, que não são avaliadas, ou pelo menos não o são como deveriam ser. São as vítimas sujeitas a danos emocionais, que não são, muitas vezes visíveis e poucas vezes avaliados.
Danos emocionais que não têm um acompanhamento continuado, com vista a diminuir a dor da perda de um ente querido, ou mesmo da diminuição da capacidade física. Sim, é verdade que em acidentes de grande dimensão, o INEM, e muito bem, coloca no terreno uma ou mais equipas de psicólogos, excelentes profissionais. Mas poucas são as vezes em que existe um acompanhamento progressivo dessas pessoas.
A depressão das vitimas, a culpa, o sentimento de inferioridade, são alguns sintomas dos danos emocionais que os acidentados ou seus familiares sentem. Não são contabilizados pelas seguradoras, até porque nem lhes interessa, nem avaliados e acompanhados pelo Estado português. As consequências sociais, laborais e de qualidade de vida são devastadoras.
Foto¦ Car Crasch