Em Portugal, o conceito auto-estrada é um conceito recente na história do meio rodoviário. Ou seja, apesar da construção da A1 que liga Lisboa ao Porto ter sido iniciada ainda no tempo do regime de Salazar, a verdade é que apenas após 30 anos foi conseguida a ligação entre as duas maiores cidades portuguesas.
Foi no final dos anos 80 e ao longo dos anos 90 que, com a entrada dos dinheiros europeus, se deu inicio a uma revolução na rede rodoviária nacional com a construção de um conjunto de auto-estradas e vias equiparadas que ligam o Norte ao Sul do país e o Litoral ao Interior.
O surgimento das auto-estradas em Portugal
Com o surgimento desta rede de circulação rodoviária, a mobilidade dos portugueses aumentou, assim como a sua segurança rodoviária, uma vez que um grande fluxo de trânsito desapareceu da rede rodoviária composta por estradas nacionais e municipais, estradas estas, em muitos casos, que atravessam localidades.
Com o surgimento destas vias com características muito próprias, viram-se os condutores portugueses com a possibilidade de circularem numa via para a qual não tiveram qualquer formação e onde, entre outras coisas, se pode circular a uma velocidade de 120 km/ hora para automóveis ligeiros de passageiros.
Pode sempre argumentar-se que não tem nada que saber. Mas se assim é, porque razão se deteta, mais vezes do que seria expectável e desejável, condutores a circularem em sentido oposto ao regulamentado? Porque razão continuam tantos condutores a imobilizar o seu veículo na berma para falarem ao telemóvel? Qual a justificação dos choques em cadeia nas auto-estradas.
Lei 24/2007 de 18 de Julho
A Lei 24/2007 de 18 de Julho, que define os direitos rodoviários dos utentes das autoestradas, atribui responsabilidades aos concessionários das auto-estradas e determina o que deve o condutor fazer, caso tenha algum percalço no espaço concessionado, devido a objetos estranhos como por exemplo animais, pedras, pedaços de madeira, restos de pneus, etc…
As auto-estradas foram uma mais-valia para o país, pois fez com as distâncias entre as localidades ou zonas, diminuíssem, garantindo maior mobilidade, aumentando a segurança e diminuindo o conflito rodoviário. Acontece que, com justificação na crise económica que afeta as contas do país, o custo de circulação nas auto-estradas aumentou e passaram a ser fortemente taxadas algumas que anteriormente não o eram.
Isto fez com que se regredisse, aumentando-se o risco de sinistralidade com a fuga do tráfego das auto-estradas de volta às estradas nacionais e municipais, de todo impreparadas para tanto trânsito de veículos.