Distrações na via pública

Duarte Paulo

17 de Novembro de 2015

Quando um carro realmente exótico, seja desportivo ou de luxo, passa na estrada chama a atenção e provoca a admiração de todos, provocando uma distração generalizada a quase todos nas redondezas, assim como quando passa alguém com uma indumentária mais provocante ou “exótica”, muitos distraem-se, sejam condutores ou transeuntes.

Há muitas outras coisas fora do veículo em que circulamos que nos distraem, desde um anúncio, uma casa colorida, um acidente na faixa contrária, e outras muitas que nos distraem mesmo dentro do veículo, os mais comuns serão um telefonema, o cigarro, beber água enquanto conduzimos, estas que são provavelmente as mais perigosas.

A experiência de manuseamento do veículo, seja ele qual for, é sempre uma vantagem, mas você sabia que a maior parte dos acidentes, e os mais graves, são durante o segundo ano como condutores? Ter experiência é bom, mas não podemos deixarmo-nos distrair.
Julgarmo-nos muito bons, os melhores, considerando-nos infalíveis é a receita para aumentar a probabilidade de se envolver num acidente. Não deixe de prestar atenção, por muita habilidade que tenha como condutor, se não está atento não é um bom condutor.

Esteja focado na condução, as distrações, seja uma chamada, um sms ou até os seus filhos no banco de trás, ou qualquer outra forma de interação compromete o pensamento e a concentração mais do que imagina. A partir do momento em que aperta o cinto e liga o carro, chegar ao seu destino em segurança deve ser a sua principal preocupação.

A pressão de rentabilizar o tempo ao máximo leva-nos a fazer várias coisas enquanto conduzimos, como comer, ajustar a roupa, retocar a maquilhagem ou arranjar o cabelo. Todas estas atividades são suficientes para se distrair por breves segundos, perder o foco na estrada e alienar-se completamente do meio envolvente exterior ao veículo.

O que provoca a distração ?

A seguradora MAPFRE apurou que a distração provocou 4 de cada 10 acidentes em Espanha e que estes acidentes aumentaram 74 % na última década. As três distrações mais frequentes são fumar, maquilhar-se e olhar para outros acidentes. Já agora a distração é a causa de acidente mais habitual entre os condutores com idades entre os 18 e 27 anos.

Mas o que é a atenção? Segundo a MAPFRE é a capacidade para perceber, organizar e direcionar a informação que procede de nosso meio. A seguradora informa que ao volante a nossa atenção pode ser catalogada em três tipos, a saber:
Seletiva: Devemos diferenciar entre diferentes estímulos. Por exemplo, há que distinguir entre um sinal de entrada na estação de serviço e outro de proibido ultrapassar.
Sustentada: De um modo ou outro devemos estar atentos de forma permanente, mas, às vezes, com mais intensidade. Se vemos um cartaz de “Obras a 3 km” durante esse tempo estaremos particularmente atentos.
Dividida: Devemos estar atentos a muitas coisas. Por exemplo, um bom condutor é capaz de prestar atenção ao velocímetro, ao que acontece na frente, atrás e, também, manter uma conversa.

O “contrário” da atenção é a distração. Tecnicamente, a distração é um estímulo que desvia sua atenção do que você está fazendo, neste caso, conduzir. Podemos estar distraídos durante uma aula, enquanto falamos com a nossa namorada ou durante um jogo de futebol… mas, a distração durante a condução é das mais perigosas, coloca a sua vida e a dos outros em causa.

Foto | Juliana Swenson