É urgente uma intervenção nacional de sensibilização rodoviária

Jorge Ortolá

20 de Junho de 2014

Semanalmente a ANSR – Autoridade Nacional Segurança Rodoviária emite um  relatório relativo à sinistralidade rodoviária em Portugal, onde apresenta os valores relativos ao ano em avaliação, comparando-o com o mesmo período dos dois anos transactos. Nesses relatório semanal são apresentados os valores relativos ao número de acidentes, mortos, feridos graves e leves.

Estes valores apresentados semanalmente, normalmente, sofrem alterações, uma vez que a mortalidade é contabilizada, por orientação de diretriz europeia, a trinta dias, ou seja, se um dos feridos graves vier a morrer nos trinta dias após o acidente, será o seu valor passado do campo dos feridos graves para o campo dos mortos.

Os valores que assustam

Podemos sempre argumentar que os valores do presente ano são menores que os valores dos anos transactos e como tal devemos rejubilar sobre tal. No entanto a verdade é bem diferente. O facto de os valores serem, eventualmente, menores, devem fazer com que refletamos sobre o seu, ainda, enorme valor e desenhemos uma boa estratégia de intervenção nacional de sensibilização rodoviária.

Entre o dia 1 de janeiro 2014 e o dia 7 de junho de 2014, em Portugal, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária registou, através da GNR e da PSP, 48918 acidentes rodoviários, mais 130 do que em 2013, dos quais foram, de imediato, registados 177 mortos, menos 22 que no ano transacto, 796 feridos graves,mais 52 que em 2013  e 13828 feridos leves, menos 719 que em 2013.

Intervenção nacional de sensibilização

Estes são valores assustadores num país que se quer em desenvolvimento no âmbito rodoviário, com aumento de qualidade de vida dos utilizadores da sua via pública, sejam eles residentes ou visitantes. E isto apenas se consegue com utilizadores respeitadores, cívicos e com conhecimentos não apenas teóricos e técnicos, mas também morais e emocionais.

É urgente intervir a nível nacional

Campanhas têm-se feitos algumas, não muitas, em Portugal. No entanto, as que se t~em efectuado não têm sido capazes de fazer chegar a informação aos utilizadores do meio rodoviário. As normas e sanções que se têm actualizado não estão a conseguir o efeito que se pretendia, pela simples razão que não se pode esperar que elas, só por si, actuem.

Assim, é necessário que se efectue uma reformulação e revolução na estratégia como se deve intervir de modo a chegar a todos, capacitando essa intervenção de sensibilização rodoviária de meios dissuasores capazes de levar os seus destinatários a refletirem sobre os conteúdos e alterarem, efectivamente, os seus comportamentos de risco, diminuindo-os ou eliminando-os.

Esta intervenção deverá passar por parcerias com diversas entidades, não no sentido de as fazer ganhar dinheiro fácil, mas sim no de prestarem um serviço público na segurança de todos, que irá reflectir-se na qualidade de vida, também, de todos, assim como na economia do país.

Foto¦ Mariordo e Ji-Elle