Educação rodoviária e respeito pelos direitos dos outros utilizadores do espaço público

Jorge Ortolá

9 de Maio de 2016

A chuva está de volta, pelo menos a espaços, mas de forma violenta, não apenas com aguaceiros inofensivos, mas sim com trombas de água capazes de criarem inundações abruptas e desesperantes para quem tem de utilizar os meios de circulação terrestre, seja a faixa-de-rodagem, seja os passeios.

E se o desespero é geral, maior é aquele que está associado a quem se desloca a pé e que tem de utilizar espaços destinados à circulação de peões, no entanto deveras alagados pela imensidão de água que as sarjetas, sujas, imundas, sem a devida manutenção e capacidade de escoamento, proporcionam, assim como pela imensidão de água que é projectada, com as autorizações autarquias, pelos tubos de extração de águas pluviais que existem na vertical dos edifícios.

Mas se se pensa que o problema é apenas esse, desenganem-se, um dos maiores problemas não é apenas os passeios inundados de água, incapazes de proporcionar uma circulação capaz ao transeuntes, mas sim a associação que existe entre os enormes caudais de água que se criam na faixa-de-rodagem, junto aos passeios e que os condutores de automóveis insistem em abordar a uma velocidade que vai produzir um chuveiro de água para quem circula a pé.

Para além do perigo de aquaplanagem capaz de projectar o veículo contra o passeio, danificando-o, é o facto de não haver educação e respeito por parte dos condutores em relação aos peões. Essas chuveiradas acabam por encharcar quem as recebe, criando um estado de desagrado e irritação.

Devem, então, os condutores, em situações de chuva intensa ou de chuva capaz de provocar lençóis de água, diminuírem a velocidade, abordando essa anomalia na via de circulação a velocidade baixa, evitando desse modo o perigo de acidente e a criação de uma situação de todo imprópria para quem tem de se deslocar a pé.

Foto¦ MQV