EN 109, a estrada da morte na Figueira da Foz

Jorge Ortolá

11 de Fevereiro de 2015

Chamar estrada da morte ao troço da Estrada Nacional 109 que atravessa o troço no Concelho da Figueira da Foz, conhecida por “descida de Brenha”, não é de todo exagerado, tendo em consideração o elevado número de acidentes que por ali se vão registando.

É um troço de via composto por um plano inclinado, muito tráfego de automóveis pesados, que quando vão carregados circulam a velocidade baixas, alguma industria com saída directa para a faixa de rodagem e muitos condutores de veículos ligeiros impacientes.

 Um troço com muitos acidentes

Dizer-se que existem pontos negros nas estradas portuguesas é comum. Seria fácil argumentar que esses pontos são de risco elevado, porque os condutores não praticam uma condução enquadrada com o que vão descobrindo a cada metro de asfalto.

Acontece que “a ocasião faz o ladrão” e todos sabemos que existem condutores que não têm capacidade nem para serem peões, quanto mais para dominar um veículo na via publica. Ou seja, uma “estrada da morte” só a é, porque os condutores fazem que seja.

Poderia-se mudar esta realidade, bastando para isso ter-se uma formação de qualidade, progressiva e eficaz. retirava-se o título de conduzir a quem prevarica rudemente e condiciona a integridade física ou vida a outros e impunha-se a frequência em acções de formação teórica e prática a quem revalida o seu título de condução.

Acrescentaria-se a obrigatoriedade de as entidades responsáveis pela manutenção das vias manterem essas mesmas vias adequadamente pintadas e com o pavimento em bom estado, assim como se exigiria às autoridades fiscalizadoras que se mantivessem visíveis, dissuadindo desta forma os prevaricadores de o serem.

O que aconteceu, nas duas últimas semanas na estrada nacional 109, no troço da “Descida de Brenha”, foi um conjunto de acidentes, com uma vitima mortal, diversos feridos graves e leves, viaturas desfeitas e queimadas e nenhuma segurança e prevenção rodoviária.

Naquele troço de via, com um curriculum de acidentes gravíssimos, continua a ter-se viaturas da Polícia de Segurança Publica, descaracterizadas, a “apanhar” condutores em excesso de velocidade, mas que não captam ultrapassagens mal efectuadas e que causam acidentes e distâncias de segurança mal medidas.

As questões que se colocam são simples, mas as respostas nunca saberemos se vão surgir; o que ganharam as autoridades de fiscalização ao controlarem excessos de velocidade de pessoas que acabaram por falecer em acidente? Quando se vai actuar naquele troço de via, com vista a diminuir a sinistralidade? Quantas pessoas mais terão de perder ali a vida para que alguém com responsabilidade faça alguma coisa de útil?

Foto¦ Google Mapas