Com a entrava em vigor da Portaria nº 185/ 2015 de 23 de Junho outra das novidades que está sobre a mesa, ainda que não implementada, uma vez que requer muito mais do que um simples documento aprovado em Assembleia da República, é a possibilidade dos exames práticos de condução virem a ser gravados através de filme.
Esta é uma possibilidade que, no entanto, gera alguma controvérsia, uma vez que tal poderia condicionar, fortemente, a capacidade do candidato se manter o mais tranquilo, no desenrolar da sua prova de aptidão prática.
Gravação do exame prático, que vantagens ou desvantagens?
Porquê gravar os exames práticos de condução? Esta é certamente a questão que se coloca. A resposta é simples; segundo parece, essa gravação servirá, essencialmente, para diminuir ou eliminar uma eventual corrupção que exista entre os examinadores e as escolas de condução.
Se pensarmos nisto, de uma forma fria e objectiva, percebemos, inicialmente, que as instituições, leia-se IMT – Instituto da Mobilidade Terrestre e Governo, não confiam nos profissionais que os servem ao serviço dos centro de exame, assim como não confiam nas instituições a quem atribuíram alvarás para realizarem provas de exame teórico e prático.
Se todos sabemos que existe corrupção nos centros de exames de condução, pois as investigações da Polícia Judiciária já desmantelaram alguns esquemas, também sabemos que não pode pagar o justo pelo pecador, ou seja, nem todos os examinadores são corruptos, nem todas as escolas de condução e seus profissionais se envolvem em esquemas maliciosos.
Agora, o que era interessante ver, era uma melhor justificação por parte da tutela sobre a filmagem dos exames práticos, nomeadamente que o faziam porque têm queixas sobre comportamentos inadequados de alguns dos seus colaboradores. Comportamentos que passam pela falta de educação, altivez, postura prepotente, abuso de poder e até humilhação. Isso sim, seria interessante.
Seria igualmente interessante que os responsáveis pudessem confirmar que essas filmagens servem, essencialmente, para analisar as posturas e comportamentos de quem fiscaliza os exames de condução. Agora alegar corrupção como justificação, colocando todos os profissionais no mesmo saco? Parece-me mais que alguém anda a avaliar o todo à sua imagem.
Foto¦ NewDriver