As escolas de condução, mais do que instituições de formação, são negócios mais ou menos rentáveis, tudo dependendo sempre da forma como são geridas e de como conseguem “aliciar” os seus futuros clientes.
No entanto, teremos sempre que olhá-las de uma forma mais objectiva, no que á formação diz respeito. Um formador olha sempre para um candidato como um diamante em bruto que deve ser lapidado de modo a que venha ser contemplado pelos demais utilizadores do meio público.
A realidade das escolas de condução
Quem procura uma escola de condução, não a olha como uma instituição destinada ao ensino da condução automóvel. Olha-a como mais uma etapa que se tem de percorrer para alcançar um título que permita conduzir um determinado veículo.
Ou seja, maior parte dos clientes de uma escola de condução, são-o porque a legislação em vigor obriga a que nela se inscrevam para frequentarem um programa formativo com o intuito de se prepararem para, sozinhos, usufruírem do prazer da condução de um automóvel ou uma moto.
Se lhe fosse permitido serem auto-proposto, grande maioria fazê-lo-ia, sempre na ideia absurda de que com tal situação iriam adquirir o seu título de condução. Aliás, muitos são os pais que se deslocam às escolas de condução já com a conversa pré-elaborada de que o filho(a) já conduz um determinado veículo, porque ele, o pai, lhe ensinou em casa.
Esta ideia é completamente errada, uma vez que a condução de um veículo é uma mescla de conhecimentos teóricos, muitos, com a capacidade habilidosa de o fazer descolar-se na via pública em condições de segurança. Acontece que esses pais, muitas das normas, não as conhecem ou adulteram-nas, adaptando-as à sua experiencia.
Uma vez que assim é, devem as escolas de condução e a própria legislação se adaptarem aos tempos actuais e permitir que haja uma maior aproximação entre entidade formadora e formando. Ou seja, permitir que o formador não esteja dependente de uma instituição que se rege, essencialmente pelo lucro, caindo muitas vezes no erro não admitido.
Se pretendemos, efectivamente, diminuir a sinistralidade rodoviária e aumentar a qualidade de condutores que circulam nas estradas em Portugal, teremos, obrigatoriamente, deixar de ser um país obsoleto de ostentação ridícula e passar a actuar com objectividade. A fiscalização deverá manter-se, melhorando até. Mas a formação deverá ser liberalizada.
Foto¦ FPC