Estamos a avançar para estradas mais seguras e inteligentes?

Redacción Circula Seguro

11 de Outubro de 2023

Sabemos que os automóveis do futuro serão mais autónomos e interligados, e que as estradas terão um papel fundamental na forma como nos deslocaremos e no objetivo de garantir que ninguém morra ou fique gravemente ferido num acidente de trânsito. Como serão as estradas no futuro? As bases destas estradas mais seguras e inteligentes já estão a ser lançadas? Como as infraestruturas podem contribuir a reduzir os acidentes?

Podemos dizer que as estradas do futuro serão caraterizadas por três aspetos que já hoje consideramos fundamentais. Por um lado, serão mais seguras. Não devemos esquecer que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Segunda Década de Ação para a Segurança Rodoviária. O objetivo é reduzir para metade o número de vítimas mortais e feridos graves em acidentes de trânsito até 2030. Espera-se que não haja mortes em acidentes de trânsito até 2050. Portanto, estas estradas devem tentar responder a este desafio e  ter a capacidade de proteger os utentes, ou seja, a sua segurança intrínseca. São chamadas estradas que perdoam os erros humanos.

Um segundo fator que caraterizará as estradas do futuro é, sem dúvida, a inovação tecnológica. Serão estradas interligadas que nos oferecerão todas as informações necessárias para melhorar a circulação. O tratamento de dados e a interligação melhorarão a forma como nos deslocamos. O veículo, a estrada e o condutor devem comunicar-se entre si. É claro que não podemos deixar de fora a inteligência artificial e as redes sem fio. O Big Data, o Machine Learning ou a Internet das Coisas (IoT) serão fundamentais para melhorar a forma como nos deslocamos.

Por último, estas estradas respeitarão o ambiente, a reduzir o consumo de energia não renovável através de sistemas energéticos mais eficientes.

Que tipo de inovação encontraremos nestas estradas do futuro?

Os condutores poderão ver cruzamentos e postes de iluminação inteligentes, sinais de trânsito sem fios e interligados que proporcionarão informações aos condutores e adaptar-se-ão às situações do trânsito. As estradas estarão interligadas com os veículos; estes não receberão apenas dados sobre o trânsito, como acontece atualmente, mas terão também informações sobre o estado da estrada e até mesmo sobre eventuais danos estruturais. O sistema também poderá comunicar problemas para resolução. A inteligência artificial também entra em jogo; uma solução desenvolvida pela Repsol e Acciona visa inclusive tornar os pavimentos capazes de se repararem sozinhos, graças a uma mistura que funciona quando há uma pequena fenda no asfalto.

Um dos principais objetivos é que estas estradas sejam equipadas com sensores e dispositivos de comunicação para detetar, localizar e oferecer assistência adequada em caso de acidente de trânsito da forma mais eficiente e rápida possível. Esta assistência é vital para que as vítimas possam receber a ajuda necessária o antes possível.

A ideia é que os veículos possam tornar-se fontes de energia capazes de acender a iluminação rodoviária e, ao mesmo tempo, as estradas possam carregar automaticamente os veículos elétricos. É o caso de eRoadArlanda, que trabalha há alguns anos na conversão de estradas em fontes de energia para veículos elétricos. Já foi desenvolvida num trecho de dois quilómetros entre o aeroporto de Arlanda e Estocolmo.

Naturalmente, os materiais a utilizar para estas estradas serão mais resistentes. O grafeno é visto como uma excelente alternativa. É 200 vezes mais residente que o aço.

Num futuro não muito distante, os condutores contarão com cruzamentos inteligentes. Neste sentido, os radares e as câmaras detetarão se há veículos próximos do cruzamento e avisarão os outros utentes da estrada principal.

Estes são apenas alguns exemplos dos muitos avanços que estão a ser desenvolvidos e implementados nas estradas para as tornar mais seguras, interligadas e mais amigas do ambiente. Estradas que procuram contribuir para uma melhor mobilidade, segura, saudável e sustentável para todos.