Mais cedo ou mais tarde, os filtros de partículas tornam-se uma dor de cabeça para os proprietários de veículos Diesel pós 2004. O custo elevado associado a um dispositivo novo (pode chegar aos 2000 euros) tem levado muitos condutores a avançar para soluções alternativas, mais baratas. Uma dessas opções passa mesmo por uma polémica remoção do filtro.
Os veículos a gasóleo continuam a merecer a preferência maioritária dos consumidores. Embora tenham um PVP mais elevado do que o das versões homólogas a gasolina, o facto dos consumo absolutos serem inferiores e do litro do Diesel ser mais barato do que o da gasolina tem tornado esta opção favorável a muitas carteiras. No entanto, a maior parte dos compradores dos Diesel esquece ou desconhece que há uma despesa volumosa nos modelos mais recentes que lhe poderá bater à porta: a do filtro de partículas (FAP ou DPF). Isso ocorrerá mais cedo ou mais tarde, embora seja mais cedo para quem faça trajetos eminentemente urbanos, que não criam as condições ideais para a combustão das partículas. Nessa altura, quando o veículo deixar de conseguir efetuar eficazmente a regeneração passiva das partículas (deixando ele próprio de proceder à queima da fuligem enquanto circula a mais de 2500/3000 rpm numa estrada aberta), o condutor confrontar-se-á com um problema: como resolver o “entupimento” do filtro de partículas?
A sua substituição por um equipamento novo seria a solução ideal, no entanto, os elevados custos que este procedimento acarreta, conjugado com o clima de austeridade e a perda de poder de compra, tem levado a que cada vez mais pessoas venham a aderir a formas alternativas de resolver o problema. Entre essas está a regeneração forçada ao filtro de partículas; a limpeza do filtro de partículas; a substituição por um filtro recondicionado (novo de marca branca); ou ainda a eliminação do próprio filtro de partículas. Entre estas opções, a mais polémica será a da remoção do filtro de partículas, na medida em que, qual intervenção cirúrgica à viatura, é extraído este dispositivo que é típico dos Diesel e que impede a saída das partículas contidas nos gases de escape e que se encontra presente, de um modo genérico, em modelos a partir do ano 2000 (alguns veículos Euro 3 têm montado o filtro, ainda que ele tenha sido obrigatório para carros Diesel a partir de Euro 4).
Que tipo de problemas pode causar o filtro de partículas?
Contaminação do óleo
A centralina multiplica as pós-injeções de combustível para tentar a regeneração do filtro, provocando um aumento de consumo de combustível. O combustível suplementar pode acabar por contaminar o óleo reduzindo significativamente o seu poder de lubrificação.
Modo de segurança
Nalguns automóveis existe um modo de segurança que, nos casos extremos, é ativado para limitar a “performance” para que apenas se consiga deslocar até a oficina mais próxima.
Lubrificante inadequado
A utilização de um lubrificante que não cumpra as normas indicadas pelo fabricante do automóvel, pode afetar a duração do filtro de partículas.
Avarias na cabeça do motor ou no turbo
Quando se verifica uma avaria na cabeça do motor ou no turbo, existem partículas metálicas que ficam presas na parte cerâmica do FAP e que acabam por não ser queimadas no processo de regeneração. Esta situação pode originar uma avaria grave no filtro, uma vez que este fica obstruído de forma irreversível.
Cidade destrói filtro
Quando o filtro de partículas começa a dar problemas isso traduz-se num mau funcionamento no motor, luzes de aviso acesas (como de “gestão motor, reparação urgente”) e até a subida do nível do óleo por injeção de gasóleo. A utilização dada ao automóvel pode contribuir para acelerar a deterioração deste equipamento. Isso ocorre especialmente se os percursos em que veículo é normalmente utilizado possuem uma componente urbana muito forte, o que compromete os desejáveis ciclos de regeneração.

Soluções de renovação do filtro
Substituição do filtro de partículas por um novo original da marca
Vantagens: Mantém a qualidade original.
A ter em atenção: Problemas novamente a médio prazo em caso de percursos citadinos e a longo prazo com uma condução de estrada.
Custo médio: A partir de 1000 euros e até 2000 euros
Substituição do filtro de partículas por um recondicionado ou novo de marca branca
Vantagens: Mais barato que um filtro de partículas novo de origem.
A ter em atenção: Ciclo de vida inferior face a um filtro de partículas novo de origem.
Custo médio: A partir de 500 euros.
Eliminação do filtro de partículas
Vantagens: Deixa de ter problemas com o filtro.
A ter em atenção: A remoção do filtro por si só não garante a passagem na inspeção. Para que tal ocorra, a empresa que fizer o serviço terá de garantir os restantes parâmetros ainda se encontram dentro dos valores legais.
Custo médio: A partir de 299 euros até 880 euros.
Regeneração forçada ao filtro de partículas
Vantagens: É mantido o filtro de partículas original, através de uma regeneração “artificial” numa oficina.
A ter em atenção: Poderá apenas adiar o problema. Em alguns automóveis durante a regeneração forçada, o óleo degrada-se por diluição de gasóleo, tornando necessária a substituição do lubrificante.
Custo médio: A partir de 100 euros.
Limpeza ao filtro de partículas
Vantagens: Se o filtro estiver em condições de ser limpo, há a garantia de que, em 98% dos casos, fica funcional.
A ter em atenção: Há filtros em que a limpeza não é possível: casos em que o filtro está partido, derretido ou contaminado com óleo de motor devido a um turbo partido. Nalguns carros a luz de aviso do filtro de partículas poderá manter-se acesa após a montagem do filtro limpo, durante alguns quilómetros. Nalguns casos poderá mesmo ter que recorrer á sua oficina, para através de uma máquina de diagnóstico, fazer um “reset” ao sistema.
Custo médio: Entre 100 euros e 150 euros.
Fonte: Circula Seguro, Filtros de partículas