Marrocos é um destino apetecível dos portugueses nesta altura do ano que pode esconder perigos em termos de circulação rodoviária. Esteja atento.
Marrocos é um país fascinante para passar férias e que desperta muita curiosidade entre os portugueses. O seu exotismo, as suas paisagens africanas, a sua proximidade com o nosso país, a sua diversidade paisagística (do deserto, às montanhas, passando pelas cidades imperiais e pelas paisagens do litoral) e a própria história da presença de Portugal neste território do norte de África levam a que um grande número de portugueses tenha Marrocos como uma opção de miniférias ou mesmo férias.
Ainda que os meses de junho e setembro também sejam bastante agradáveis, uma das melhores alturas para visitar Marrocos é precisamente esta, durante a primavera, entre os meses de abril e maio.
Contudo, para que a estada por terras de Rabat, a capital do reino de Marrocos e a sua cidade mais populosa, seja feita com o máximo de tranquilidade possível, deverá dar toda a atenção à segurança rodoviária ou não estivéssemos a falar de um país com índices de sinistralidade rodoviárias bastante piores do que os nossos.
Em 2016, o número de pessoas que morreram em acidentes nas estradas marroquinas foi de cerca de 3600 (para se comparar, em Portugal morreram nas estradas nacionais 563 pessoas, em 2016). Em Marrocos, um em cada seis acidentes é considerado letal.
Maior prudência
O Ministério português dos Negócios Estrangeiros, chama inclusivamente especial atenção para a elevada sinistralidade das estradas marroquinas, sublinhando que “o desrespeito das regras de segurança rodoviária por condutores e peões, o trânsito intenso e o parque automóvel envelhecido recomendam a maior prudência durante a condução. As viagens durante a noite devem ser evitadas”.
Recomenda-se especial precaução com a condução nas estradas de montanha e nas pistas não sinalizadas do Sul de Marrocos, assim como nas estradas nacionais Casablanca/Marrakech e Casablanca/El-Jadida.
Desde a entrada em vigor das disposições do Código da Estrada de 2010 relativas à condução sob influência de álcool, salientando-se que é punida a condução com TAS igual ou superior a 0,02.
No caso de se encontrar envolvido num acidente de viação, terá de completar um formulário denominado “Constat Amiable”, que deverá ser assinado por ambas as partes. Estes formulários estão disponíveis na entrada portuária de Tânger, nos pontos de receção das companhias de seguros e nas tabacarias das grandes cidades.
Relativamente a viagens em automóvel particular de matrícula estrangeira, é obrigatório apresentar a extensão da carta verde do seguro para abranger Marrocos. A extensão deve ser solicitada junto da companhia de seguros.
Se for conduzir desde Portugal (não precisa de ter um jipe para vir a Marrocos, pois há sempre alcatrão), o melhor a fazer é descer até Tarifa e apanhar o barco até Tânger.
Para entrar em Marrocos, saiba que para todos os cidadãos da União Europeia (onde os portugueses se incluem) não é necessário visto para Marrocos. É apenas necessário o passaporte, mas tem de estar válido ainda durante 3 meses, para assegurar que estará válido no período de tempo da estadia que lhe será dada por lei, que equivale a 90 dias.
De uma forma geral, “a rede de estradas é razoável. Existem autoestradas com boas condições de piso nos percursos Tânger-Rabat-Casablanca, Rabat-Meknes-Fez, Casablanca-Marraquexe-Agadir e Casablanca-El Jadida. As estradas nacionais entre principais centros urbanos têm condições de piso aceitáveis. A sinalização rodoviária aparece geralmente em árabe e francês”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
As autoestradas, que estão em bom estado de conservação, têm portagens. Em Marraquexe, o limite de velocidade nas autoestradas é de 120 km/h.
Nas estradas secundárias, cuja qualidade do pavimento não é a mesma das autoestradas, redobre atenção, pois pode cruzar-se com pastores no caminho a passear o seu gado.
Muito importante: as entradas e saídas de veículos são registadas informaticamente e o número correspondente é carimbado no passaporte. Salvo se forem objeto de legalização em Marrocos, a permanência em território marroquino de automóveis ou caravanas não deve ultrapassar os seis meses. Caso à saída o visitante não apresente a mesma viatura será impedido de regressar.
Se pretender utilizar os transportes públicos, é recomendável a informação prévia sobre as suas condições de utilização em cada cidade.
Transportes interurbanos
“Os autocarros interurbanos são, tradicionalmente, de fraco conforto, mas têm vindo a ser progressivamente renovados e modernizados, existindo várias companhias com preços e qualidades distintas. O “grand taxi” (de cor branca) é coletivo. Só nas principais cidades é que existe o “petit taxi” (de cor variável, dependendo das cidades) com contador – mesmo nestes, quando já ocupados, é possível que o condutor aceite outros passageiros. A tarifa dos percursos longos deverá ser acordada antes da partida”, afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
A rede ferroviária é boa entre os principais centros urbanos. Os comboios são geralmente confortáveis nestes percursos, em particular em 1ª classe.
Nos períodos de maior afluxo de turistas (sobretudo durante a época estival) é normal o aumento dos controlos de segurança nas vias rodoviárias de acesso às grandes cidades.
Fotos: wikiwand.com, garysusatour.blogspot.pt, legalnomads.com, youtube