O capacete é um elemento essencial para andar de bicicleta. Seja a sua utilização obrigatória ou não, a recomendação é de que não deixe de o usar. E está provado que se trata de um elemento capaz de reduzir a gravidade das lesões em caso de acidente e de, caso a caso, salvar a vida ao ciclista, tal como acontece como os motociclistas.
É por isso que na hora de escolher e adquirir o capacete que vai utiliza de forma habitual, deve prestar alguma atenção. Dada a grande variedade de produtos no mercado, não se trata de uma compra para a qual tenha de possuir altos conhecimentos técnicos. Ainda assim, deve ter em conta alguns parâmetros básicos.
Capacete de ciclista: Uso recomendado
Em Portugal o uso de capacete por parte dos ciclistas não é obrigatório. No entanto, é altamente recomendada a utilização do mesmo, do ponto de vista da segurança rodoviária. Os vários estudos já realizados sobre o assunto provam que um capacete pode ser fundamental para a proteção de um ciclista.
Os dados recolhidos a nível global indicam que o capacete de um ciclista pode prevenir entre 40 a 90% das lesões graves na cabeça (couro cabeludo e crânio) e também no cérebro. Os estudos demonstram ainda que a proteção que o capacete oferece é mais relevante no caso das crianças.
O que ter em conta ao comprar estes capacetes?
O primeiro e quase óbvio critério na seleção que faça para comprar um capacete tem em conta o tipo de ciclismo que vai praticar. A oferta de capacetes é muito variada e as características dos mesmos são diferentes caso pratique ciclismo desportivo, todo o terreno ou estrada, ou então caso seja um utilizador da bicicleta apenas para o uso funcional dos deslocamentos diários.
Essa oferta também resulta numa grelha ampla de preços. Por isso, segundo o tipo de finalidade para o qual procura proteção, os preços irão diferir. É certo que existem capacetes para ciclistas de valores muito elevados. É preciso analisar que em certos casos pode dar-se a situação de que o preço se eleve porque, à parte da proteção, também podem ser leves ou estejam construídos com materiais inovadores.
Em qualquer caso, deve prestar atenção se estão homologados. Quer isto dizer que devem estar certificados pela União Europeia como garantia do standard de proteção e no produto devemos identificar junto com o símbolo CE, a indicação EN 1078.
Tamanho, ventilação e peso
Uma vez que esteja clara a utilização que vamos dar ao capacete, podemos começar com a seleção tendo em conta três fatores principais: tamanho, ventilação e peso. No caso do tamanho, muitos fabricantes costumam ter três tipos de medidas nos seus capacetes. Estes, por sua vez, dizem a que medida da cabeça corresponde cada tamanho.
Para saber qual é que se adequa melhor, podemos medir o perímetro do crânio: ao redor da cabeça, tomando como referência a testa, por cima das sobrancelhas. O capacete pode contar com elemento de ajuste posteriores que o apertem ainda mais, mas a eleição do tamanho constitui um primeiro passo mais determinante. Por exemplo, um que seja demasiado pequeno pode magoar bastante.
A ventilação é outro ponto importante, em especial se lhe for dar um uso desportivo durante várias horas. Trata-se de detetar se o capacete oferece através das fendas, a passagem do fluxo do ar. Para tal, podemos colocá-lo contra uma parede e, olhando-o de frente, comprovar se é possível ver a cor da parede através das entradas frontais.
O peso do capacete também tem relação com o tempo de uso que ele irá ter. Um capacete excessivamente pesado pode incomodar-nos a largo prazo. O peso está relacionado de forma direta com o tipo de material de que é fabricado.
Ajuste e comodidade antes de tudo
Além da proteção que o capacete nos possa trazer, é interessante que possamos experimentá-lo antes. Assim é possível comprovar alguns dos fatores mencionados e, além disso, assegurar-nos do funcionamento dos ajustes e sistema de fecho.
Para que possa garantir a proteção, temos de posicionar e apertar o capacete de uma forma correta. Isto equivale a que deixe uma distância aproximada dos dedos em relação às sobrancelhas, no plano horizontal da nossa cabeça sem que dificulte a visão. Do mesmo modo, há que estar bem sustentado com um sistema de correias e anel ou ajuste.
Uma vez testado isto, podemos medir a sua comodidade. Este fator é bastante subjetivo, depende de cada utilizador. Costumam ter influência os sistemas de ajuste que o capacete tem (que permita ajustar alturas, diferentes posições ou alturas da cabeça) e o alcolchoamento. Os capacetes apresentam vários tipos de prestações, tendo em conta estes dois últimos sistemas. Em termos de almofadas, é possível encontrar diferentes graus de enchimento e tecidos antibacterianos para atenuar o efeito do suor.
O capacete pode salvar a tua vida, mas não é para toda a vida
No que toca à manutenção do capacete, há que ter em conta que é preciso tratar dele com as devidas cautelas, evitando pancadas desnecessárias e limpando-o periodicamente. Para isto basta usar água e sabão. Também é preciso saber que o capacete de ciclista, igual ao que acontece com os de motos, tem data de validade. Segundo o modelo, pode oscilar entre os dois e os quatro anos. Uma vez passada esta data, a proteção que garante pode reduzir.
Todos estes detalhes não deixam de ser fundamentais para a segurança dos ciclistas. Não se pode desvalorizar a importância do material e do equipamento na hora de andar de bicicleta, como fazemos quando escolhemos o melhor casaco para o inverno. No caso do capacete, o papel que tem na nossa proteção, torna esta escolha ainda mais importante.
Fonte: CirculaSeguro.com
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