Com uma população cada vez mais envelhecida, os problemas originados pela idade são mais comuns. Entre as diversas contrariedades, a falta de equilíbrio e a redução da destreza são dois dos mais comuns. Estes problemas provocam um aumento de quedas dos indivíduos desta faixa etária.
As quedas provocam fraturas. Entre elas, as da anca são das que mais problemas provocam, devido à dificuldade de recuperação. Nos países desenvolvidos, em especial devido à população envelhecida, são um problema comum. Agora existe uma solução para reduzir a incidência deste tipo de lesões. O Circula Seguro conta-lhe todos os detalhes.
A incidência das fraturas da anca
As fraturas da anca são altamente incapacitantes, 50% das vítimas perdem a autonomia. A cada ano ocorrem 300.000 fraturas deste género, só nos Estados Unidos da América. A mortalidade entre estes acidentados infelizmente é muito elevada.
Com o aumento da idade média da população, a expetativa evolutiva deste cenário não é nada favorável. No futuro, por volta de 2050, estima-se que ocorram aproximadamente 5 milhões de fraturas deste género em todo o mundo.
O que é o Hip’air?
Durante vários anos foi desenvolvida uma solução para adultos, mais velhos, de forma a reduzir as fraturas da anca quando caem. Trata-se de um sistema eletrónico complexo associado aos airbags, que analisa os movimentos das pessoas no seu dia-a-dia. Este sistema de airbags é fabricado em França, mais especificamente em Dijon.
Quando uma queda é detetada, os airbags de cada lado das ancas são ativados. Um algoritmo complexo mede e analisa mais de 1000 vezes por segundo o movimento, ou a queda. O sistema usa diferentes tipos de sensores, como giroscópios e acelerómetros, para calcular o movimento e qual o seu contexto.
Assim consegue determinar se a pessoa está a caminhar normalmente ou a cair. Nos casos de queda, o sistema demora 200 milissegundos a detetar que se trata, de facto, de uma queda. Os airbag’s demoram outros 80 milissegundos a encher.
Os airbags cobrem toda esta zona do corpo e asseguram a proteção das ancas antes do impacto no solo. Os airbags são projetados de forma a garantir uma proteção, o mais perfeita possível, contra as fraturas. Eles são produzidos em nylon muito resistente e robusto, e não se rasgam com o impacto no solo.
Depois do impacto os airbags permanecem cheios durante alguns segundos e depois esvaziam-se lentamente. Com a substituição dos cartuchos de CO2 e dos airbags é possível reutilizar o sistema.
Quem criou o sistema e porque o criou
Hip’air é o primeiro produto da empresa Helite. Fundada em 2002 por Gérard Thevenot, engenheiro francês apaixonado pela indústria aeronáutica. Criou a sua primeira proteção de airbag individual para proteção de pilotos de aviões.
Desde então especializou-se na produção de sistemas de airbag individuais de todos os tipos de atividades de risco. Entre elas incluem-se, por exemplo, o motociclismo e passeios a cavalo. Contam com mais de 100.000 coletes em uso em todo o mundo.
Helite é o líder europeu no fabrico de sistemas de airbag “vestíveis”. “Hip’air é o resultado de 10 anos de pesquisa e desenvolvimento. Foram centenas de testes e muitas horas!” afirmou Alexandre Quarrey, pesquisador e gerente de desenvolvimento da Helite, na apresentação mundial que ocorreu numa feira de equipamentos médicos.
“Hoje, a Helite está a explorar um novo mercado e um novo desafio. Está a utilizar o o seu “know-how” e especialização em tecnologia de airbags para proteger os idosos contra fraturas das ancas” concluiu. O lançamento está previsto para Março de 2018.
Foto | Helite