A história dos semáforos

Duarte Paulo

1 de Março de 2016

O semáforo é um dispositivo de controlo de tráfego que, através de indicações luminosas, indica a condutores e peões, se a sua passagem é permitida, ou não, em interseções, cruzamentos e passadeiras.

Os focos luminosos são redondos e as cores utilizadas são o verde, amarelo e vermelho, sendo que o verde indica permissão de passagem, o vermelho indica proibição de passagem e o amarelo é uma situação intermediária, quando os condutores são informados sobre a mudança para o vermelho e devem julgar se é mais seguro passar ou parar.

Os primórdios dos semáforos

O primeiro sistema considerado como semáforo foi instalado em 9 de dezembro de 1868, na junção das ruas Great George Street e Bridge Street, próximo à?ponte de Westminster, em Inglaterra. Foi concebido por um engenheiro chamado J. P. Knight, especialista em assuntos ferroviários. Esse semáforo tinha dois braços móveis acionados por cabos a partir de uma torre de controlo.

O sistema era parecido com o dos sinais que controlavam o trânsito ferroviário, era composto por duas luminárias de gás, uma com luz vermelha e outra verde. Não durou um mês, pois em?2 de Janeiro?de1869, devido a um acidente, o sistema de semáforos explodiu provocando a morte de um polícia.

Foi retirado definitivamente em Inglaterra, após diversos modelos de controlo de passagem que foram surgindo, algo considerado como semáforo só voltou a aparecer do outro lado do Atlântico em Agosto de 1914, na cidade de Cleveland, nos Estados Unidos da América, surgindo modificado e com um modelo que é considerado o primeiro semáforo com o aspecto actual.

A invenção do semáforo bicolor elétrico acabou atribuído a Lester Wire, um polícia e inventor de Salt Lake City, sendo melhorado pela adoção de um sistema automático de controlo patenteado por Garrett Morgan, em 1923, que vendeu os direitos da sua invenção à General Electric, por 40.000 dólares.

Gestão de tempos

Usado em cidades por quase todo o mundo, adota uma linguagem visual simples e por isso fácil de compreender. As luzes têm a sequência verde, amarelo, vermelho, voltando ao verde. Por segurança é recomendado o uso de dois conjuntos de grupos de semáforos por local.

O mais difícil de gerir é a temporização dos semáforos, que devem ter sempre como objetivo final manter os fluxos, muitas vezes variáveis, de tráfego em movimento e sem demoras desnecessárias. O aumento dos fluxos de tráfego e a sazonalidade decorrente do próprio desenvolvimento urbano e humano, por si só está a exigir uma reprogramação constante dos tempos dos semáforos, que até à pouco tempo tinham os seus tempos reajustados com intervalos de aproximadamente 1 ano.

Essa evolução intensificou-se nos últimos anos, levando à natural a substituição dos anacrónicos controladores de programação simples, por controladores eletrónicos que suportam múltiplas programações, capazes de assim atender diferentes cenários a cada momento.

Esta reengenharia dos métodos de trabalho exige mais cálculos e maior dedicação dos técnicos e especialistas que programam os equipamentos de controlo dos semáforos. A evolução no entanto tem permitido dispensar algumas as pesquisas, local a local, e dispondo de contagens automáticas e instantâneas dos fluxos de tráfego e com cálculo de fluxos de saturação de acordo com a capacidade de cada zona controlada por semáforos, possibilitando modificações mais rápidas, entenda-se alterações das temporizações, e com maior qualidade para todos os utilizadores no aproveitamento do tempo.

Tempos de espera e de reação

Em alguns locais existem temporizadores, que têm a função de informar o tempo restante em determinado estado do semáforo, tanto no verde ou no vermelho. Apesar de permitir um maior controlo e entendimento do tempo disponível, os condutores geralmente encaram as duas situações de forma diferente, adiando a imobilização quando vai surgir o vermelho e antecipando o arranque quando surgirá o verde. O bom senso é sempre o melhor conselheiro.

Foto | Kevan