A influência do vento na condução

Alberto Valera

12 de Junho de 2016

Para além dos muitos fatores a que o condutor tem de estar atento quando se desloca de automóvel, existe um que não se vê e que pode influenciar de forma relevante a condução. Trata-se de uma força que se apresenta de forma lateral e que é suficiente para nos envolver num acidente que pode ou não ter consequências graves, os ventos laterais.


Este fenómeno da natureza é negligenciado pela maioria dos condutores que não sabe reagir na sua presença. São estas forças laterais ou rajadas que, não sendo visíveis, são sentidas pelo condutor. O princípio base é este: a maior ou menor influência do vento sobre a trajetória do veículo, faz-se sentir em função da velocidade a que este circula, mas também em função das suas dimensões e da carga que transporta.

Quase todos os condutores já sentiram a presença do vento, principalmente em viagens de auto-estrada, pontes ou viadutos.

Normalmente existem na zona avisos intermitentes que chamam a atenção do condutor para este fenómeno, por isso, sempre que ler um destes avisos, o melhor será adequar a velocidade às condições atmosféricas e complementar com algumas correções do volante. As rajadas provocam em todos os veículos desvios de trajetória, especialmente quando passamos de zonas abrigadas para descampados ou quando ultrapassamos ou nos cruzamos com veículos de maiores dimensões.

Quanto maior for o veículo com o qual nos cruzamos, maior será a tendência do nosso automóvel para ser sacudido por uma rajada de vento. Assim, em termos comportamentais, o condutor deverá sempre adaptar a velocidade de circulação às caraterísticas do automóvel que conduz, mas também ao estado do tempo, às condições climatéricas e do asfalto.

Na condução com vento, os comportamentos de defesa deverão ser variados, todavia grande parte dos condutores comporta-se de forma desadequada, mostrando-se totalmente insensíveis ao fenómeno, mesmo numa estrada onde exista sinalização apropriada para o efeito.

Como controlar o vento?

Reconhecendo o vento como fator de risco para a condução, a indústria automóvel não para de evoluir, criando a cada momento dispositivos de auxílio à condução que conseguem tornar os veículos imunes a este efeito.

Para já, o assistente de ventos laterais marca presença, de série ou como em opção, em veículos mais elevados, como furgões ou camiões. Estes dispositivos atuam em conjunto com o ESP e com a direção, e são ativados a partir de determinadas velocidades, nomeadamente acima dos 80 km/h, quando os sensores monitorizarem toda a ação do momento e concluírem que a segurança está em causa por causa de uma rajada mais forte. Como resultado desta intervenção eletrónica, o condutor não necessita de fazer tanto esforço no volante e o veículo segue mais equilibrado, mesmo quando pressionado pelo vento.

Apesar de todas estas ajudas, sem a intervenção humana, as correções e o bom senso de cada um tal não seria possível. Por isso, devemos adotar sempre uma condução segura, confortável e serena, evitando a todo o custo acidente rodoviários.