Instrutor de condução e o risco inerente à profissão

Jorge Ortolá

31 de Outubro de 2016

A profissão de instrutor de condução automóvel é uma atividade antiga e que nem sempre esteve regulamentada da mesma forma; não quer isto dizer que atualmente se encontra devidamente regulamentada.

Em anos idos, esta atividade poderia ser desenvolvida por indivíduos que, sendo encartados, teriam, com uma autorização da extinta DGV, autorização para desenvolver o ensino.

 As regras que vão mudando

Mas como em tudo, também aqui as regras foram mudando, em determinada ocasião para ir ao encontro de interesses instalados, e posteriormente, a uma abrangência maior.

Hoje, com as alterações que vão acontecendo à lei e à sua regulamentação, já existe algo que há poucos anos era impensável; abrir uma escola de condução sem que grandes requisitos sejam avaliados.

Os perigos inerentes à profissão

Mas se houve regras que foram sendo alteradas, e bem, outras existem que não olham à profissão tal como deveriam olhar e isso condiciona a qualidade de vida dos profissionais.

Um instrutor de condução automóvel passa, por dia, oito horas dentro de um automóvel. Oito horas numa circulação que nada tem de confortável.

São oito horas expostos a um perigo acrescido de sinistralidade, não tanto tendo como causa os instruendos, uma vez que o profissional tem um conjunto de comandos que o vão auxiliando, mas essencialmente devido a fatores externos.

Os perigos têm ligação ao facto de o organismo estar sujeito a uma violência enorme. O funcionamento de diversos órgãos é alterado, dificultando a sua funcionalidade, a coluna sofre traumas de médio prazo e o stress é uma evidencia.

Os perigos para os circundantes

Atualmente os instrutores são pessoas formadas, se bem que alguns parecem mal formados, com capacidade técnica e capazes de resolver diversas situações de tráfego.

No entanto, são vistos como apenas mais um elemento do meio rodoviário; quando na verdade são um elemento importantíssimo. E uma das regras que deveria ser alterada, é o reconhecimento da profissão como de desgaste rápido e o desenvolvimento de atividades capazes de melhorar a condição psicofísica dos profissionais.

Afinal, a segurança rodoviária num todo, passa também, pela boa formação que estes possam desenvolver, ou não. E essa formação está associada à sua boa condição física e psicológica.