No Japão, discute-se a possibilidade dos condutores de terceira idade poderem ter restrições em termos de horários e locais onde podem conduzir.
Vários países estabeleceram como meta a atingir a médio/longo prazo zero acidentes rodoviários fatais, trabalhando em diferentes variáveis para que isso seja concretizável.
O Japão que, tal como as sociedades ocidentais tem uma população crescentemente envelhecida, equaciona agora a possibilidade do escalão etário mais idoso poder deixar de conduzir ou sofrer restrições para o exercício da condução, como uma possível medida preventiva de acidentes, estando o tema em debate público.
14,8% do total de acidentes mortais
Isto porque de acordo com as agências noticiosas, no Japão, os condutores com mais de 75 anos envolveram-se em 460 acidentes fatais em 2018, sendo responsáveis por 14,8% do total de acidentes mortais. De janeiro a abril de 2019 esse trágico número já chegou aos 109.
Num país onde a taxa de penetração de viaturas com caixa automática é elevada, muitos desses sinistros ocorreram por erro do condutor idoso, que, atrapalhando-se com os pedais, acelerou a viatura julgando que estava a travar.
Problemas de mobilidade
A decisão não está, contudo, tomada, dado que uma medida destas iria colocar enormes problemas de mobilidade a uma franja da população sobretudo mais rural, pois nessas zonas a rede de transportes públicos é limitada.
Uma das propostas do governo japonês passa por eventualmente limitar os condutores a certos tipos de veículos, em horários específicos e em certas áreas, além de promover medidas para fornecer opções de transporte.
Para já, os responsáveis policiais no Japão têm encorajado as pessoas de idade mais avançada a devolverem as cartas, mas o facto é que a camada da população situada na terceira idade aumenta, bem como as renovações da carta de condução entre os octogenários.
De qualquer forma o debate foi lançado.
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