A massa do veículo está diretamente relacionada com três fatores básicos e essenciais na sua utilização, quanto maior a massa maior a energia necessária para desloca-lo, maior a dificuldade em fazê-lo mudar de direção e maior a distância necessária para pará-lo.
Em 1687, Isaac Newton, já tinha descoberto todas estas relações e escreveu na sua primeira lei diz que “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele”, mas vamos por partes e interpretar este assunto na perspetiva do mundo automobilístico.
Deslocar a massa do veículo
Começando pelo primeiro ponto, a massa influi a capacidade do motor em fazer deslocar o veículo, quando maior a massa mais energia é necessária para movê-lo. Comparando um veículo que tenha todas as características iguais – motor, relações de caixa de velocidade, dimensões de pneu, etc. – o mais leve será mais rápido a atingir determinada velocidade.
Com um peso superior a energia necessária para atingir a velocidade de cruzeiro, por exemplo os 110/120 km/h desde a entrada num troço de autoestrada, será superior também. Ou seja a capacidade de aumentar a velocidade também é afetada.
Vendo pelo prisma do seu bolso… perdão, da economia, considerando um veículo médio, com aproximadamente 1100 kg, se transportar 50 kg extra o seu consumo médio subirá em cerca de 5%. Não se esqueça disso a próxima vez que levar a passear a “tralha” que tem na bagageira.
Mudar a direção
Quando vira o volante e tenta efetuar uma mudança de direção no seu automóvel e segue em frente, a massa do veículo é uma das principais culpadas pela dificuldade em conseguir efetuar essa manobra. Aqui pode consultar a influência da aderência do pneu.
Essa força chama-se energia cinética e atua sobre qualquer objeto em movimento, e a sua ação é a de tentar continuar em frente e como já deve ter percebido quanto mais pesado o seu carro estiver ou quanto maior a velocidade, maior é a energia cinética e maior é a dificuldade em virar.
Newton descreveu que “A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida.” Inversamente podem considerar que quando a massa do veículo está em repouso, ou seja, a velocidade é nula, a energia cinética também é nula.
Se está habituado a circular numa estrada e efetua uma curva a uma determinada velocidade, o facto de tentar efetuá-la com o veículo mais pesado irá influenciar o desfecho dessa manobra. Com certeza que para evitar que a trajetória sejá alargada terá que reduzir a velocidade.
Parar a massa do veículo
Tão importante como mudar a trajetória é parar o automóvel. Ao tentar parar o seu veículo terá que lidar não só com a massa do seu veículo mas também com o fator vetorial da velocidade que sobre ele atua, ou seja a velocidade.
Quanto mais rápido for, maior distância percorrerá até conseguir imobilizar o veículo, segundo dados da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) circulando a 80km/h e considerando um tempo de reação de 1,2 segundos, percorrerá 58 metros para imobilizar um veículo, 27 metros devido ao tempo de reação e mais 31 metros para a travagem propriamente dita.
Aumentando 50% a velocidade, para os 120km/h a velocidade máxima permitida nas autoestradas, passamos a necessitar de 40 metros do tempo de reação e 71 metros da travagem, totalizando 111 metros. Constata-se um aumento de 91% da distância necessária para imobilizar o veículo.
Na construção e condução de veículos
A massa do veículo deve ser considerada como algo fundamental na segurança rodoviária, a sua influência sobre a dinâmica de um veículo automóvel é tão grande que não a levar em consideração é negligenciar um fator crucial quando conduzimos.
Todos os dias os construtores estão a adicionar “gadgets” aos veículos e dessa forma aumentando a massa do veículo, o seu peso, por outro lado novas técnicas de construção, novas formas de modelar o aço, novas ligas de metais e outros materiais leves estão a ser aplicados na construção para contrabalançar esse problema.
Aos construtores interessa construir automóveis com uma massa reduzida, pois quando menor esta for, mais fácil é fazê-la deslocar-se e com menos combustível, permitindo oferecer mais performance e economia só com a redução da massa do veículo.