Medos que podem afetar a condução: Acrofobia, agorafobia ou gefirofobia

Ines Carmo

7 de Setembro de 2017

Uma fobia é um medo extremamente irracional, intenso, de caráter constante que impede de afrontar determinados cenários. Curiosamente, a condução veio criar ainda mais fobias do que aquelas que poderíamos imaginar: Distiquifobia (medo de ter acidentes de viação), catisofobia (medo de se sentar, neste caso num veículo), hodofobia (medo de viajar), estenofobia (medo de conduzir numa rua estreita) são apenas alguns exemplos.

Mas nem todas estas fobias estão reconhecidas e comprovadas cientificamente, ao contrário da acrofobia, a agorafobia e a gefirofobia. Estão relacionadas com a condução e podem ser um verdadeiro problema para quem tem de estar ao volante e padece de algum destes males.
A comunidade médica adverte que tais fobias presentes são fruto de experiências traumáticas passadas. Se sofre de algum destes medos, é muito possível que tenha vivido uma experiência pouco agradável durante a infância na estrada. E, mesmo que ache que isso não tenha acontecido, os médicos asseguram que em grande parte das vezes a pessoa não se lembra de ter passado por uma experiência traumática.
Se uma pessoa está exposta à fonte que provoca qualquer destas fobias, esta pode interferir no seu funcionamento normal, gerando um estado de grande ansiedade e inclusivamente um nível de pânico que leve a um bloqueio ao volante. De seguida explicamos em que consiste cada uma das fobias.

medo de conduzir

Acrofobia, o medo das alturas a conduzir

Ainda que possa parecer uma invenção, esta fobia é verdadeira. Significa ter um medo extremo às alturas (precipício, inclinação pronunciada, miradouros, etc) que, no acto de conduzir, acontece em estradas de montanha, ao circular junto a desfiladeiros e a atravessar precipícios. Também pode acontecer em subidas muito pronunciadas ou viadutos consideravelmente elevados.
Este tipo de foba afeta entre 2 a 5% da população e é mito mais frequente em mulheres do que em homens. Entre os sintomas manifestados perante a acrofobia está a agitação e tensão muscular, ansiedade, pânico, perda de controlo, taquicardia e dor de cabeça.
O seu tratamento implica enfrentar gradualmente a fonte do medo, estabelecendo objetivos simples e a curto prazo. Para o poder fazer, pode ir fisicamente a lugares elevados, primeiro acompanhado por um psicoterapeuta, ou com recurso à realidade virtual.
Nestes casos é imprescindível que conte com a supervisão e indicações de um profissional suficientemente instruído nestas técnicas e que esteja dedicado ao âmbito da psicologia da saúde.

Agorafobia, medo de espaços abertos ou até de viajar

Esta fobia está relacionada com o medo que alguém tem de estar em espaços abertos, de sair de casa, de viajar. Mas os que sofrem deste mal sentem um medo aterrador de ter um ataque de ansiedade num determinado sítio e de não poder escapar com rapidez. Por isso, um automóvel també não é um lugar aconselhado para estas pessoas.
A motivação do temor aos espaços abertos baseia-se na possibilidade de sofrer um ataque de pânico, em meio de uma multidão e não ter alguém de confiança ao seu lado ou algum refúgio para onde ir, como por exemplo, o próprio lar.
Os agorafóbicos costumam ter perda de controlo e uma desagradável sensação de impotência ao sentir-se expostos. Assim, limitam as suas atividades diárias, chegando a tornar-se dependentes.

medos

Gerirofobia, medo de passar em pontes

Tem a ver com o medo de circular numa ponte, pela sensação que tem de poderá cair. Para um gefirofóbico conduzir numa ponte, ou até ver fotos e filmes pode causar-lhe um ataque de ansiedade.  Geralmente, os pacientes com gefirofobia reconhecem que se trata de um medo injustificado e irracional, mas sentem-se completamente incapazes de lidar com ele.
Esta é uma patologia que pode mesmo incapacitar a condução e pôr em causa o trabalho de quem padece dela, se tiver que guiar, pelo que é muito importante pedir ajuda profissional.

Fotos | Newspressonline, SIphotography
Fonte: Circulaseguro.com