As lesões causadas por acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre crianças e jovens de 5 aos 29 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Garantir a segurança dos miúdos é sempre importante, especialmente ao viajar de carro. No caso dum veículo privado, o condutor é o responsável por garantir que a criança viaja de forma correta. É preciso não esquecer que são crianças que desconhecem as regras e a diferença entre utilizar ou não o sistema de retenção infantil em caso de acidente de trânsito. No caso de transporte público, táxi ou VTC, o responsável pela criança é o adulto. Para além das medidas obrigatórias, muito pode ser feito para ajudar a que estas viagens de carro sejam o mais seguras possível.
Quando falamos de segurança, é sempre necessário dar um passo mais além. Todos sabemos que as crianças devem viajar com um sistema de retenção infantil (SRI) e que este deve ser aprovado e adaptado ao seu tamanho e peso. Para além, devem viajar nos bancos traseiros para maior segurança. No entanto, podemos aumentar esta proteção através da aplicaç4ao duma série de recomendações:
1-Assegurar que a criança vai no sentido contrário ao da marcha durante o máximo de tempo possível e, pelo menos, até os 4 anos de idade. Não é obrigatório, mas está demonstrado que viajar desta forma oferece maior proteção. Lembre-se que isto requer a utilização de cadeiras específicas que o permitam. O peso da criança cai sobre as constas da cadeira, o que não acontece no caso das cadeiras viradas para frente. A cadeira colocada dessa forma absorve a energia do impacto na sua própria estrutura.
2-Verifique se a cadeira é sempre a mais adequada para o peso e a altura da criança. Não é qualquer sistema de retenção infantil que serve, deve satisfazer as necessidades da criança de acordo com os parâmetros de peso e altura.
Para ajudar a tomar a melhor decisão, a Fundación MAPFRE publicou um guia interativo, que oferece todas as recomendações para que tanto as mulheres grávidas como as crianças, desde o nascimento até que possam utilizar o cinto de segurança para adultos, viajem seguras. Inclui também conselhos sobre como garantir que as crianças com necessidades especiais circulem corretamente e informações atualizadas sobre regulamentos, modelos de cadeiras e normas de homologação.
Para isto, o guia abrange as últimas alterações na homologação de sistemas de retenção infantil. Desde setembro de 2023, nenhuma marca europeia pode fabricar cadeiras com a norma R44, nem as cadeiras aprovadas com esta nrma podem ser importadas para a União Europeia. A grande mudança ocorrerá em 1 de setembro de 2024, quando a venda dessas cadeiras R44 for proibida.
Ao escolher o melhor sistema de retenção infantil e de assegurar a melhor forma das crianças viajarem, é essencial ter informações adequadas e detalhadas.
3-A cadeira deve ser sempre corretamente instalada. O SRI deve ser verificado regularmente para garantir que não se move excessivamente e que está colocado conforme especificado pelo fabricante. Verificar as fixações isofix, se existem, que o pé de apoio está seguro ou se o cinto passa pelas zonas indicadas se for colocado com este sistema.
4-Não basta que a cadeira esteja bem colocada e a criança sentada. A criança deve estar bem segura, isto é, os cintos de segurança devem estar bem apertados e sem dobras. Se o cinto de segurançafor utilizado, deve estar corretamente colocado: a parte superior do cinto deve passar pelo meio do esterno e da clavícula, sem ficar muito perto do pescoço. a parte inferior deve estar acima dos ossos pélvicos e não acima do estômago. Dedicar o tempo necessário para imobilizar corretamente a criança.
5-Os bancos traseiros são o melhor local para os miúdos viajarem na sua cadeira. Para além de serem a opção preferencial, devem estar equipados com um sistema de retenção infantil. Se estiver a ser ocupado por outras crianças com cadeiras ou se for impossível colocar um SRI nos bancos traseiros, podem viajar ir no banco da frente. Neste caso, é imprescindível desativar o airbag do passageiro da frente.
6-Na cadeira, melhor sem o casaco. A roupa volumosa oferece uma falsa sensação de fixação. Pode pensar que estão ajustados e apertados quando não estão. O volume do casaco faz que o cinto de segurança, de acordo com o caso, fique muito solto e penaemos que está bem preso. Deste modo, a cadeira não poderá desempenhar a sua função corretamente e proteger a criança caso de travagem brusca ou de acidente.
7-Distância necessária até o banco da frente. A distância entre a criança e o encosto do banco da frente deve ser verificada quando a criança está virada para o sentido da marcha. Se a criança não estiver bem segura, pode colidir com o encosto do passageiro da frente. Este risco é maior quando um suporte é rebatido para fora ou um ecrã é instalado no apoio da cabeça do passageiro da frente.
A este respeito, muitos fabricantes de SRI indicam ou aconselham qual é a distância ideal. Muitos deles recomendam uma distância superior a 85 cm. Se os pés da criança não tocarem no encosto dianteiro, será muito difícil que a cabeça possa o tocar, se a cadeira estiver bem instalada e a criança estiver bem presa.
8-Melhor sem tablets. Qualquer objeto que não esteja bem fixo pode ser projetado em caso de paragem brusca ou acidente de trânsito. Em muitos casos, os tablets são frequentemente instalados na parte de trás do apoio de cabeça dianteiro. No entanto, isto é perigoso se o sistema de retenção não for firme ou se a distância de segurança em relação à criança não for suficiente.
9-Mochilas e outros objetos devem ser colocados no compartimento de bagagens. A inércia fará com que estes objetos sejam projetados para fora do veículo em caso de travagem ou de acidente. Para além, a força de impacto será multiplicada. Por exemplo, a uma velocidade de 50 km/h, o objeto multiplica o seu peso até 40 vezes ao atingir qualquer ocupante do veículo. Recomenda-se colocar todos os objetos no compartimento de bagagens para que haja uma separação física entre esses objetos e os passageiros.
10-Trocar de SRI se estiver envolvido num acidente ou em qualquer outro incidente que possa ter afetado a integridade da cadeira e, deste modo, alterado a sua eficácia. Isto é muito importante. Efetivamente, qem caso de acidente, é também aconselhável verificar e substituir, caso necessário, os cintos de segurança. O mesmo é válido para os sistemas de retenção infantil. Podem existir danos internos impercetíveis. Por isso, devem ser verificados e substituídos à menor dúvida.
Naturalmente, uma das nossas melhores recomendações é dar exemplo. As crianças imitam tudo o que veem. Ao verem que é um condutor ou passageiro exemplar, que utiliza sempre o cinto de segurança, que cumpre o regulamento e que conduz a respeitar todos os utentes da estrada, também o farão. É a melhor maneira de educar os passageiros, peões e futuros condutores responsáveis: Ao educar crianças seguras, teremos adultos seguros.
