Morre-se por tudo e morre-se por nada

Jorge Ortolá

17 de Agosto de 2015

O mês de Agosto deste ano de 2015 está a ser devastador e encontra-se no vermelho. O número de mortos, provisório, entre o dia 1 e 7 deste mês, ou seja, na primeira semana, ocorreram nas estradas portuguesas 14 mortos e 56 feridos com gravidade.

Estes são números preocupantes e que devem fazer soar o alarme de alerta para o excesso de casos em que as vítimas do sinistro terminam com a sua vida dizimada ou a saúde definitivamente condicionada, seja ao nível físico ou psicológico.

Por que ocorrem sinistros rodoviários em Portugal?

Dizer-se que em Portugal morre-se por tudo e morre-se por nada, não será de forma alguma um exagero. Afinal, os números são demonstrativos disso mesmo, principalmente este ano de 2015. E isso acontece devido ao facto de os condutores continuarem a ter atitudes e comportamentos reprováveis e as autoridades e as leis mão leve para as atrocidades rodoviárias.

A culpa de um acidente rodoviário não pode morrer solteira. Também as seguradoras têm a sua quota de responsabilidade no que acontece nas estradas portuguesas. E têm-no, no sentido em que não promovem junto dos seus clientes acções de formação e sensibilização, capazes de os fazerem alterar a forma como agem na via publica.

Desde o dia 1 de Janeiro 2015 até ao dia 7 de Agosto 2015, morreram nas estradas portuguesas 291 utentes da via, número superior aos 258 do ano de 2014 e aos 285 de 2013. Vitimas com gravidade foram 1 271 este ano no mesmo período, mais do que os 1 241 de 2914 e os 1 097 de 2013. Estes valores de 2015, são fruto dos 71 436 acidentes rodoviários registados, também este número mais elevado do que os 67 861 de 2014 e os 67 297 de 2013.

Com este valores podemos facilmente concluir que as mais recentes alterações nas regras ao Código da Estrada nada vieram a contribuir para o aumento da segurança rodoviária, muito pelo contrário.

Foto¦ As Beiras