Na terceira parte desta série denominada Motos e curvas, basada no livro A twist of the wrist, vamos aprofundar um pouco mais sobre como controlar a velocidade. Para o caso de se esquecer, após as possíveis férias de Agosto e consequente pausa, de dar uma olhadela na segunda parte, onde já tratámos o tema do controlo da velocidade e a sua importância para evitar a instabilidade da moto.
Quando se deve acelerar? Questionareis. Pois tão rápido quanto for possível. Não existe uma regra fixa, nem no ápice da curva, nem depois, nem antes. Simplesmente, logo que possível. Com isso conseguir-se-á que a moto permaneça estável enquanto fazemos a curva. Mas devemos estar atentos, abrir o gás não significa acelerar como se não existisse um amanhã. Devemos fazê-lo com suavidade.
Existem seis erros que devemos tentar evitar para acelerar correctamente depois de ter conseguido entrara na curva de forma correcta. Estes são:
- Acelerar e cortar de novo o gás, transfere o peso para a roda dianteira. Se for demasiado, poderemos perder a roda dianteira.
- Esta situação também poderá provocar com que a suspensão fique mais comprimida, deixando por isso de trabalhar na sua zona de optimização, a zona média.
- Sobre pisos irregulares, a moto tenderá a saltar e a mover-se demasiado.
- Nervosismo generalizado na moto, ou não ter um aporte constante de potência na roda traseira.
- Redução da distância do solo ao comprimir-se a suspensão.
- Queda de rotações. A moto deixará de ser mantida pelo motor.
Se considerarmos que podemos começar a acelerar, deveremos evitar travar porque poderemos, com isso, provocar uma queda. Se tivermos calculado mal e verificarmos que vamos com demasiada velocidade, deveremos desacelerar um pouco e inclinarmos mais a moto para nunca tocarmos no no travão dianteiro, para não cairmos.
Relaxe sobre a moto
É muito importante circular relaxado sobre a moto. Estar tenso e agarrar-se aos punhos da moto com todas as forças, não é bom para ninguém nem para a estabilidade da nossa moto. Cansar-nos-emos muito mais porque receberemos todas as vibrações que não são filtradas pela suspensão e, por outro lado, produziremos movimentos no guiador que provocarão desalinhamento nas rodas – dianteira e traseira – o que nos fará circular serpenteando.
Os braços devem permanecer relaxados, permitindo que absorvam as vibrações da moto. Uma rigidez excessiva, como vimos, é uma das reacções de sobrevivência que deveremos evitar. Se vamos muito tensos, também faremos com que o combustível se mova de posição, provocando acelerações e cortes não desejados, que só piorarão as coisas.
Baixar-se para inclinar
Como devo baixar-me para inclinar a moto? A primeira coisa que deve saber é que roçar com o joelho se deve deixar exclusivamente para o circuito. Em suma, poderemos deslocar um pouco o peso quando estivermos no interior da curva, para ajudar a moto ao voltar, mas nunca o deveremos fazer quando já estamos a entrar na curva, porque a única coisa que conseguiremos é que a moto se mova como um pudim flan
Este movimento, deveremos fazê-lo antes de desacelerar e começar a travar para, desta forma, estarmos já devidamente colocados. Não deveremos baixar-nos muito, porque o excesso também fará que a nossa postura esteja mais forçada e isso poderá vir a repercutir-se na estabilidade da moto. Como é óbvio, não deveremos inclinar-nos para o lado contrário da curva.
Mas, para todos estes detalhes, o melhor será ver as explicações com imagens, dado que entenderá muito melhor.